aqui lhe falámos da falha no sistema de travagem do Tesla Model 3, que segundo a Consumer Reports (CR), uma espécie de DECO americana, apresentava grandes oscilações de eficácia durante uma travagem de emergência, variando entre o normal e o mau, sem que nenhuma explicação para o facto fosse óbvia para os técnicos.

O equipamento de travagem (discos e maxilas) era o correcto para um veículo com as características do Model 3, segundo os homens da CR, e a prova era que o carro da Tesla por vezes conseguia parar em 39,6 metros, quando a circular a 96,6 km/h (60 milhas por hora). Mas depois, mesmo que se deixasse arrefecer os travões, passava a travar em 46,3 metros.

Cuidado! Tesla Model 3 é um “camião” a travar, alertam testes

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Depois de surpreendida pela descoberta da CR, a Tesla analisou o assunto e a resposta surgiu pela boca – ou melhor, pelo Twitter – de Elon Musk, o seu CEO, que informou que o problema deveria residir nos sensores do ABS e que uma actualização Over the Air resolveria a questão. E resolveu. Depois do update, a CR voltou a testar o Model 3 e a distância de travagem fixou-se numa média de 40,5 metros.

Segundo a publicação americana, “com o novo software, o Model 3 revelou uma capacidade de travagem a 60 mph (96,6 km/h) de 133 pés (40,5 metros), sendo que este é um resultado típico para o segmento de veículos de luxo compactos”. O resultado melhorou em 5,8 metros o registoanterior, o que pode significar a diferença entre bater no obstáculo à sua frente ou conseguir evitá-lo, tanto mais que é superior ao comprimento do próprio veículo.

Graças às melhorias na travagem, a CR elevou o rating do Model 3, que passou a ser um modelo recomendado. Jake Fisker, director dos testes afirmou mesmo que “em 19 anos de ensaios e mais de 1.000 carros analisados, nunca tinha assistido à possibilidade de um veículo conseguir melhorar o seu desempenho nos testes em pista apenas com uma actualização de software Over the Air”, ou seja, sem ter de ir à oficina.

Contudo, a revista continua a apontar algumas críticas, nomeadamente algum desconforto em mau piso, posição muito baixa do banco traseiro, alguns ruídos aerodinâmicos provocados pelo vento e a possibilidade do imenso ecrã de 15 polegadas, onde estão concentrados quase todos os comandos, distrair o condutor.

Em relação aos primeiros pontos, a Tesla informou que já foram realizadas melhorias nos veículos mais recentes – recordemos que os primeiros Model 3 foram vendidos a clientes que aceitaram receber uma versão de pré-produção, com a promessa que depois usufruiriam das melhorias entretanto introduzidas – e que o ecrã vai igualmente passar a ser mais fácil de utilizar, mais uma vez com o recurso a uma actualização de software Over the Air. O que muitos clientes esperam é que esta inclua comandos por voz para algumas funções, o que certamente iria facilitar – e muito – a vida de quem vai ao volante.

Veja aqui o vídeo da CR na primeira análise ao Model 3: