O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, terminou na quarta-feira uma visita de dois dias ao Mali, onde pediu mais apoios para a luta antiterrorista da força militar conjunta do G5 do Sahel.

A delegação de Guterres viajou na quarta-feira a Sévaré, no centro do país, acompanhada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Mali, Tiéman Hubert Coulibaly. Aí visitou a sede das forças G5 do Sahel — uma organização regional que compreende Mali, Mauritânia, Chade, Níger e Burkina Faso.

Gostaria de felicitar os soldados do G5 do Sahel pela determinação na construção deste projeto e na proteção das populações civis da região, garantindo ao mesmo tempo a segurança de toda a comunidade internacional contra o terrorismo e crime organizado”, declarou.

“Eu defendia um mandato mais forte do Conselho de Segurança”, disse. “O Minusma [Missão da ONU para a estabilização do Mali], no entanto, fornecerá todo apoio possível a esta força”, assegurou o secretário-geral da ONU.

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“Vamos fazer um forte apelo para que o G5 tenha os recursos financeiros e materiais necessários para a sua eficácia, e também pedimos o desenvolvimento do Sahel porque não há paz sem desenvolvimento”, disse. Por fim, Guterres admitiu sair de Mali “com o coração cheio”.

“O Mali deve ter eleições livres e faremos o nosso melhor para ajudar as autoridades a realizar estas eleições, mesmo sabendo que as dificuldades são enormes”, concluiu Guterres, a dois meses das eleições marcadas para 29 de julho.

O secretário-geral da ONU chegou na terça-feira a Bamako para assinalar o Dia Internacional dos Soldados da Paz, conhecidos como ‘capacetes azuis’, junto da missão da ONU no Mali, considerada a mais perigosa das atuais operações da organização.

Destacada em 2013, a Minusma, que integra cerca de 12.500 militares e polícias, é atualmente a missão de paz da ONU com mais baixas.

Entre março e abril de 2012, o norte do Mali caiu nas mãos de grupos extremistas com ligações à rede terrorista Al-Qaida.

A progressão no terreno destes grupos extremistas tem sido travada por uma operação militar internacional que foi lançada em janeiro de 2013, por iniciativa de França.

Existem áreas inteiras do país que ainda estão fora do alcance das forças do Mali, das tropas francesas e da Minusma, que são regularmente alvo de ataques.

Estes ataques têm ocorrido mesmo depois da assinatura em maio e junho de 2015 de um acordo de paz, destinado a isolar definitivamente os extremistas.

Desde 2015, os ataques alastraram-se para o centro e o sul do Mali, mas também para países vizinhos, nomeadamente Burkina Faso e Níger.