O Governo de Moçambique está esta semana em Portugal para apresentar um conjunto de oportunidades de investimento, apresentando especificamente as áreas do Turismo, Agricultura e cabotagem marítima como zonas prioritárias de investimento estrangeiro.

De acordo com os documentos colocados no site da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que serão apresentados na terça-feira em Lisboa e na quarta-feira no Porto, a delegação moçambicana defende como principais oportunidades de investimento o turismo, a agricultura e a cabotagem marítima.

O tema vai estar na terça-feira em debate no auditório da AICEP, em Lisboa, e depois na quarta-feira, no Porto, e conta com a presença do secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, o ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, e o diretor-geral da agência de captação de investimento externo moçambicana, a APIEX, Lourenço Sambo.

O road-show por várias cidades portuguesas durante esta semana surge num contexto de desaceleração do crescimento da economia de Moçambique e de necessidade de captação de investimento externo para potenciar o desenvolvimento económico.

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De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE) moçambicano, a economia cresceu 3,2% no primeiro trimestre deste ano em termos homólogos, ainda abaixo do crescimento estimado pelo Governo para o conjunto do ano. O Governo previu no Orçamento um crescimento de 5,3% para este ano, valor que o ministro das Finanças, Adriano Maleiane, admitiu à Lusa, em abril, poder rever em baixa devido a uma redução na produção de carvão, mas para um valor acima dos 3% previstos pelo Fundo Monetário Internacional nas previsões feitas há dois meses.

Por seu lado, as Nações Unidas reviram em baixa a previsão de crescimento de Moçambique para 3,4% neste e no próximo ano, o que compara com a previsão anterior, de 3,8% este ano e 3,9% em 2019.

O Standard Bank, num relatório sobre a África subsariana, considera que a desaceleração da economia em Moçambique vai ter o seu ponto mais baixo este ano, com um crescimento de 3,5%, acelerando depois para 3,7% em 2019. “Prevemos uma atividade económica abaixo do potencial, com o crescimento do PIB talvez a bater no ponto mais baixo este ano, com um crescimento de 3,5%, o que compara com a previsão de 5,3% do Governo, face aos 3,7% de 2017 e aos 3,8% de 2016”, escrevem os analistas.