Os serviços de informações internas britânicos, MI5, vão poder partilhar informações até agora classificadas sobre cidadãos britânicos simpatizantes do terrorismo, segundo a nova estratégia de luta contra o terrorismo que o Governo prevê anunciar esta segunda-feira. A estratégia é anunciada um dia depois de o Ministério do Interior britânico anunciar que o risco de atentados terroristas deve manter-se, pelo menos nos próximos dois anos, no nível atual, de quatro numa escala de cinco, e no dia em que a saída em liberdade de dezenas de extremistas condenados foi noticiada.

A partilha de informações do MI5 com outros organismos governamentais, autoridades locais e empresas visa, segundo explicou o secretário de Estado da Segurança, Ben Wallace, à BBC, pressionar esses indivíduos a “desligarem-se” de ideias extremistas. O jornal The Guardian noticiou esta segunda-feira que mais de 80 das 193 sentenças por crimes terroristas proferidas entre 2007 e 2016 chegam ao fim este ano, mas que o número de pessoas a libertar pode ser “muito superior” se forem incluídas as que podem ser libertadas depois de cumprida metade da pena.

O ministro do Interior britânico, Sajid David, vai apresentar a nova Estratégia Contest num discurso em Londres, um dia depois do primeiro aniversário do atentado de London Bridge, em que três homens mataram oito pessoas e feriram quase 50. “A nossa estratégia revista de contraterrorismo integra lições que tirámos dos ataques de 2007 e da nossa reação a esse ataque”, afirma o ministro num excerto do discurso distribuído à imprensa.

“Uma dessas lições é que as informações de que os serviços de informações dispõem devem ser partilhadas muito mais cedo. Dessa forma, quando uma organização as recebe, pode fazer mais numa fase mais precoce”, explicou Davis à BBC. Os serviços de informações têm atualmente informação sobre cerca de 20.000 pessoas consideradas “casos que suscitam preocupação”.

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