O Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial itinerante (SFRCI) estimou esta segunda-feira uma adesão de 85% à greve nos comboios em todo o país, denunciando situações “ilegais” como maquinistas a substituir revisores e clientes com deficiência motora deixados em terra. Fazendo um balanço à agência Lusa perto das 12h30, o presidente do SFRCI, Luís Bravo, disse que “a adesão é total, havendo apenas pressão sobre alguns maquinistas para vir substituir os revisores em greve”, mas como “a maior parte deles, felizmente, não aceitou” a taxa de adesão ronda os 85% em todo o país.

Luís Bravo denunciou também ilegalidades: “O comboio alfa [pendular] das 12h00 saiu com um maquinista como agente de acompanhamento e informado de que havia três clientes em cadeira de rodas na gare para embarcar, [os funcionários] saíram com o comboio e deixaram esses clientes em terra”. “Era o maquinista titular do comboio e um a substituir o revisor em greve e estava a fazê-lo de forma ilegal, [além de que] não cumpriu com as funções do revisor”, reforçou o sindicalista, vincando que “isto é lastimável”.

A agência Lusa tentou contactar a CP sobre esta situação, mas até ao momento não recebeu qualquer esclarecimento. De acordo com o sindicalista, este tipo de situações podem voltar a “acontecer no futuro com o agente único”. “Se houvesse um revisor, estas pessoas não tinham ficado em terra, e é esse o nosso trabalho do dia a dia, é facilitar a mobilidade destes senhores”, notou, lamentando que “o Governo quer abandonar” estas pessoas com mobilidade condicionada.

Quanto à adesão à paralisação, Luís Bravo indicou que “há uns quantos” funcionários a trabalhar, “mas serão muito poucos”. “Na linha de Sintra, só andaram três comboios, na linha de Cascais não andou nenhum comboio […] e só saiu um comboio de longo curso de Lisboa”, adiantou o responsável.

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