As autoridades da província angolana do Cuanza Sul estão preocupadas com o avançado estado de degradação de dois hospitais locais e já pediram a intervenção urgente do Ministério da Saúde, receando o desabamento das estruturas. Em causa está o estado de degradação do Hospital Geral do Cuanza Sul e do Hospital Municipal de Porto Amboim, construídos ainda durante o período colonial.

O diretor-geral do Hospital Geral do Cuanza Sul, Agostinho Cardoso, considerou que a situação daquela unidade “é preocupante”, referindo que o edifício apresenta atualmente fissuras e infiltrações de águas devido à degradação da cobertura. “Estamos a falar de uma estrutura da década de 50, nunca foi alvo de uma reabilitação, como tal apresenta de facto várias fissuras. Fizemos há dois anos alguns trabalhos paliativos e que não resultaram”, explicou.

As paredes do hospital “ainda estão intactas”, mas “o problema grave” prende-se com o estado das telhas e da cobertura, “que estão em avançado estado de degradação”. “Já começaram a ceder e toda a água das chuvas que entra no hospital não escoa, temos de fazer sucção de forma regular”, disse ainda Agostinho Cardoso.

Um cenário que foi agravado por um incêndio recente, que afetou a sala de enfermagem do hospital, conforme constatou o governador da província do Cuanza Sul, Eusébio de Brito Teixeira, ao visitar o local, na segunda-feira.

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“Este hospital não foi dimensionado para o número de populares que temos hoje. Temos hoje mais de 800 mil pessoas a viverem aqui, máquinas novas, instalações velhas, teto velho que entra água. Estamos há bastante tempo a solicitar a construção de um novo hospital aqui”, disse o governador. Ainda de acordo com Eusébio de Brito Teixeira, o hospital municipal do Porto Amboim é outro que se encontra nas mesmas condições.

“Não carecem mais de remendos, mas sim estruturas novas para o bem dos pacientes e funcionários que neles trabalham”, apontou. O governador diz mesmo que reparar já não é solução para estes hospitais: “Já não sabemos mais como falar, infelizmente pagamos tudo, paga o Governo, paga o governador, enfim, porque a reparação não é solução. Porque remendar aqui e acolá uma calça velha, depois acaba por rasgar”.

Segundo Eusébio de Brito Teixeira, desde 2013 que os dois hospitais estão incluídos no Programa de Investimentos Públicos (PIP) do Ministério da Saúde, mas até agora sem qualquer obra.

“É lamentável. Um doente também se sente curado quando as instalações também são boas”, referiu. O hospital geral do Cuanza Sul, segundo a sua administração, conta atualmente com 150 camas para todos os serviços de internamento. Atende no serviço ambulatório cerca de 400 pacientes por dia e mais 150 no banco de urgência.