As Nações Unidas pediram esta segunda-feira à administração norte-americana a “suspensão imediata” da prática de separar as crianças dos pais que são detidos ao atravessarem ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos com o México. Ao abrigo da política da administração do presidente Donald Trump de “tolerância zero” à imigração clandestina, as pessoas apanhadas em flagrante a entrar ilegalmente nos Estados Unidos pela fronteira sul são detidas e os filhos são-lhes retirados.

“Os Estados Unidos devem pôr fim imediatamente a essa prática”, afirmou uma porta-voz do Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, à imprensa. “As crianças nunca devem ser detidas por razões relacionadas com o seu estatuto migratório ou dos seus pais. A detenção nunca é no melhor interesse da criança e constitui sempre uma violação dos direitos da criança”, frisou.

A política de “tolerância zero” constitui uma interferência “arbitrária e ilegal” na vida familiar, considerou a responsável. “Os Estados Unidos são o único país do mundo que não ratificou a Convenção dos Direitos da Criança, mas isso não os exime de velar e cumprir os direitos dos menores”, afirmou.

Segundo o Alto-Comissariado, centenas de crianças de países centro-americanos foram detidas na fronteira sul dos Estados Unidos desde outubro, incluindo um bebé de um ano.

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