O presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, reconheceu esta terça-feira que os militares do seu país estão a passar por “alguma dificuldade” alimentar, uma situação que considerou estar a ser resolvida.

“Não é bem uma crise alimentar, há alguma dificuldade, mas tem-se superado pouco a pouco essa carência”, disse Evaristo Carvalho que iniciou esta terça-feira um ciclo de visitas às unidades militares e paramilitares.

O ministro da Defesa e Administração Interna, Arlindo Ramos, que acompanha o Presidente da República nestas visitas considerou, por seu lado, que a alimentação das Forças Armadas “é um problema do governo que tem estado a resolver de acordo com as disponibilidades financeiras que vão surgindo”. Evaristo Carvalho reuniu-se com o Estado-Maior e Comando do exército onde constatou “várias carências que implicam algum investimento”.

O chefe de Estado salientou ainda a necessidade de “renovação e conservação de várias infraestruturas e requalificação dos quadros”, prometendo usar a sua magistratura de influência para que, “pouco a pouco, se vá superando essas dificuldades”. Mesmo assim, o Presidente disse ter a “convicção de que o comando exército nacional está funcional, corresponde às mínimas exigências organizacionais, de acordo com as dimensões sociais e económicas do nosso Estado”.

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O responsável sublinhou que “os constrangimentos” das Forças Armadas são “desafios que serão certamente superados de forma gradual”, tendo apelado à “maior capacidade de compreensão (dos militares) no cumprimento dos deveres e regulamentos estabelecidos”.

Em março passado, a maioria parlamentar do partido que apoia o governo, Ação Democrática Independente (ADI) aprovou o projeto de revisão da Lei da Defesa Nacional e das Forças Armadas. A oposição disse na altura que o projeto aprovado transfere para o primeiro-ministro todos os poderes conferidos pela Constituição ao Presidente da República e, quatro meses depois, o diploma não foi enviado para promulgação do chefe de estado. Questionado sobre esta matéria, Evaristo Carvalho respondeu: “quando chegar à minha mesa, analiso-a e se for para promulgar, eu promulgo”.

Entretanto, o ministro da Defesa voltou a defender que “não existe passagem de tutela” de poderes que são conferidos ao chefe de Estado para o governo. Arlindo Ramos disse que “o que se fez foi harmonizar aquilo que é a Constituição e a Lei da Defesa Nacional” e “não se tirou nenhuma competência ao Presidente da República na qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas”, explicou.