Akbar Al Baker, à frente da Qatar Airways desde 1997, declarou numa conferência de imprensa que só um homem poderia desempenhar o seu papel na empresa, devido às exigências que o cargo acarreta. No decorrer da reunião anual da IATA (International Air Transport Association), em Sydney, o presidente-executivo da companhia aérea foi questionado sobre a pobre representação das mulheres no universo da aviação no Médio Oriente:

Claro que [a Qatar Airways] tem de ser liderada por um homem, porque é uma posição muito desafiante”, disse Al Baker diante de uma plateia repleta de jornalistas. Entre a audiência foram muitos os murmúrios de desaprovação, tal como conta a Bloomeberg.

O polémico comentário de Al Baker contrasta fortemente com a tomada de posição de algumas empresas rivais da Qatar, que estão a tentar levar a representação feminina para escalões mais elevados. É o caso da Qantas Airways Ltd., que tem 40% de mulheres na estrutura da administração, incluindo Alan Joyce, presidente para a internacionalização e fidelização dos passageiros frequentes. Citada pela Bloomberg, Alan Joyce refere que não só a diversidade é um fator que traz competição à indústria, como é “a coisa certa a fazer” a nível empresarial e moral.

À mesma publicação, o presidente-executivo da Qatar Airways acabaria por se retificar: “Estava apenas a referir-me a um indivíduo. Não ao staff em geral.” Akbar Al Baker continuou, dizendo que o staff daquela empresa é composto por 33% de mulheres, incluindo pilotos e vice-presidentes séniores. Questionado sobre se receberia de braços abertos uma mulher na liderança, Al Baker respondeu: “Seria um prazer ter uma candidata ao lugar de CEO [presidente-executivo]”.

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