Vitória do FC Porto na Luz, vitória do Benfica na Luz. Vitória do Benfica no Dragão, vitória do FC Porto no Dragão. O clássico que marcou a meia-final da Liga de basquetebol teve jogos de grande intensidade, com alguns momentos de qualidade acima da média e muita emoção mas, chegados à “negra”, apenas um poderia aceder à final para defrontar a Oliveirense, líder da fase regular que “despachara” o V. Guimarães de forma convincente por 3-0. Na grande decisão, com um pavilhão da Luz praticamente cheio, os azuis e brancos foram mais fortes e venceram no prolongamento por 96-90 um encontro onde, curiosamente, nunca estiveram em desvantagem, deixando de fora da eliminatória decisiva os encarnados após nove finais consecutivas (com sete vitórias).

Mesmo sem contar com Will Sheehey, que sofreu uma entorse no pé direito no jogo 4 e continua ainda condicionado para dar o contributo à equipa (no lado dos encarnados, o esloveno Aljaz Slutej já se tinha lesionado com gravidade no joelho), os dragões voltaram a ter uma entrada muito melhor em campo, obrigando José Ricardo a pedir um desconto de tempo após uma vantagem inicial de oito pontos (2-10). Melhores no ataque e mais consistentes da defesa, os comandados de Moncho López ainda chegaram aos 12 pontos de avanço (5-17) mas chegaram ao final do primeiro período na frente por 25-18, após um esboço de recuperação das águias nas últimas jogadas.

No segundo parcial, o lançamento exterior e a força nas tabelas mantiveram o FC Porto por cima do jogo, mas foi sobretudo no aspeto inicial que entroncou a diferença de 11 pontos com que se chegou ao intervalo (36-47): nos lançamentos de dois, os rivais estiveram praticamente iguais (58%-59%); nos ressaltos, os encarnados conseguiram equilibrar (11-12); nas assistências, os azuis e brancos foram melhor em termos coletivos (7-12); nos lançamentos de três, aí sim, houva uma diferença “anormal”, com os visitados a somarem apenas dois lançamentos concretizados em 11 tentados (18%) contra um desempenho de sete em 15 dos visitantes (47%).

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Após o intervalo, com Carlos Andrade (considerado pelo principal patrocinador do Benfica o Jogador do Ano) a dar o mote com mira mais afinada no lançamento longo, os encarnados deram sinais de querer ir em busca do resultado e chegaram aos oito pontos de desvantagem estando por cima em termos de confiança e fluência de jogo até surgir de novo o veterano Miguel Miranda que, com dois triplos (acabou o terceiro período com cinco em seis na linha de três pontos), disparou o resultado para 47-61, diferença com que se entraria nos últimos dez minutos (51-65).

O Benfica tentava voltar ao jogo entre algumas perdas de bola precipitadas, lançamentos falhados e erros na defesa, e uma falta anti-desportiva de Ferrán Ventura sobre Tomás Barroso acabou por dar o mote para aquilo que já poucos acreditavam: com o pavilhão da Luz ao rubro, os jogadores de José Ricardo foram provocando turnovers no ataque dos dragões, recuperaram a melhor face do base americano Pitts e reduziram a desvantagem para apenas três pontos de diferença (69-72) e, no último minuto, conseguiram mesmo ter a primeira posse de bola para passarem para a frente, naquela que seria uma inesperada reviravolta, mas Pitts falhou o lançamento de dois, o FC Porto ganhou o ressalto, Sasa Borovnjak converteu os dois lançamentos livres e deixou o Benfica à beira da eliminação, resgatada pelo mesmo Pitts com uma reposição de bola que acabou em triplo e prolongamento (80-80).

Nos cinco minutos extra, dois ataques mal conduzidos por Carlos Morais acabaram por dar a possibilidade ao FC Porto de ganhar nova vantagem de quatro pontos que, fruto também da mão certeira de Sasa Borovnjak (mais um grande jogo do poste azul e branco) e Miguel Miranda na linha de lance livre, permitiu aos dragões vencerem o jogo 5 desta meia-final e assegurar a presença na eliminatória decisiva, que arranca em Oliveira de Azeméis.