A empresa petrolífera Wentworth Resources, envolvida na prospeção de gás natural no norte de Moçambique, anunciou esta quarta-feira que lhe foi prorrogada a licença de atividade por mais um ano devido à falta de condições de segurança na região.

“A companhia recebeu do Instituto Nacional de Petróleo (INP) a extensão da licença de avaliação por mais um ano”, com efeito a partir de 16 de junho, permitindo que a Wentworth e a sua parceira Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) “continuem as atividades de pré-prefuração no bloco Tembo”, anunciou em comunicado.

A extensão foi pedida, “em parte, devido à situação de segurança em Mocímboa da Praia, Palma e arredores do bloco Tembo, que continua a ser um desafio”, descreve. O cenário “tem impedido um acesso seguro à zona pelo pessoal da Wentworth e seus subcontratados”, acrescenta a empresa, referindo que continua a acompanhar a situação “de perto”.

A extensão “dá tempo e flexibilidade para avançar com as atividades operacionais no bloco”, refere Bob McBean, diretor executivo, citado no comunicado. “Continuamos focados em garantir um parceiro adicional para partilhar o risco e desbloquear o potencial ‘onshore’ da bacia do Rovuma”, conclui.

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A empresa Wentworth Resources (antiga Artumas Group) descobriu depósitos de gás natural em terra, no subsolo de Cabo Delgado, norte de Moçambique, em 2014, através do furo Tembo 1, com 4.500 metros de profundidade, e prevê abrir outro poço para avaliar o potencial existente.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, tem sido alvo de ataques de grupos armados desde outubro de 2017, causando um número indeterminado de mortes e deslocados.

Um estudo divulgado em maio, em Maputo, aponta a existência de redes de comércio ilegal na região e a movimentação de grupos radicais islâmicos, oriundos de países a norte, como algumas das raízes da violência.