Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM País / CGTP Seguir CGTP adverte Governo que vai intensificar luta nas empresas e nas ruas O secretário geral da CGTP garantiu que o executivo socialista "vai enfrentar múltiplas contestações e jornadas de luta se incumprir as promessas" que fez. Agência Lusa Texto 08 Jun 2018, 20:41 156 i Rui Miguel Pedrosa/LUSA Rui Miguel Pedrosa/LUSA O secretário-geral da Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses (CGTP), Arménio Carlos, advertiu esta sexta-feira que vai intensificar a contestação nas empresas e nas ruas, depois de a nova legislação laboral ter sido aprovada pelo Governo.Arménio Carlos falou aos jornalistas em Faro, no Algarve, à margem da sua participação no 9.º Congresso da União de Sindicatos do Algarve, e garantiu que o executivo socialista liderado por António Costa e apoiado pelos partidos de esquerda “vai enfrentar múltiplas contestações e jornadas de luta se incumprir as promessas de acabar com a precariedade, com os baixos salários e com a reposição de direitos”. “O que temos é uma proposta de lei que o Governo vai apresentar na Assembleia da República, que constitui um ataque aos direitos dos trabalhadores aos mais variados níveis e que leva a que o Governo, em vez de procurar manter uma maior aproximação aos trabalhadores, neste caso concreto esteja a optar por se aproximar as confederações patronais e aos partidos de direita”, afirmou o dirigente da CGTP.Arménio Carlos alertou que o Governo, com este acordo alcançado com os parceiros sociais, exceto com a CGTP, está a aliar-se “precisamente àqueles que estiveram ligados ao processo da “troika” [Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia], à política de exploração, de desigualdades e de empobrecimento” que se viveu em Portugal durante o período do Governo de coligação PSD/CDS-PP.“Perante este quadro, que não procurámos, mas ao qual não vamos deixar de responder, o Governo assume aqui a responsabilidade de toda a conflitualidade que a partir daqui se verificar, quer no setor privado, quer no setor público, porque também aí não está a ter um comportamento adequado para responder aos trabalhadores da Administração Pública e dar sequência a medidas que já há muito deveria ter sido tomadas, no que concerne à melhoria da qualidade dos serviços públicos e dos setores sociais do Estado”, advertiu. Arménio Carlos disse ainda que a primeira resposta será dada sábado, com “uma grande manifestação em Lisboa”, onde a CGTP vai anunciar, adiantou, “outras formas de luta para os próximos tempos, que passarão necessariamente por ações muito diversificadas nas empresas e setores, mas também em momentos de grande convergência, para dar respostas a estes problemas e dizer ao Governo que este não é o caminho a seguir”.“Na função pública, no setor privado, as ações vão ter continuidade e vão-se intensificar nos próximos tempos”, assegurou, deixando um apelo aos trabalhadores para que participem, porque está também em causa “a qualidade de vida das famílias” de todos eles.Arménio Carlos criticou ainda o PS por “o discurso político não coincidir com a prática política na área laboral” e deixou a mensagem ao primeiro-ministro de que “na política não basta dizer que se promete” e “mais importante do que prometer é concretizar as promessas que se fazem”. Para a CGTP, o caminho passa por “romper com este modelo de baixos salários e trabalho precário, romper com estas propostas de legislação apresentada pelo Governo e que tiveram o apoio do patronato e da direita”.“E terá necessariamente também de ser o Governo a assumir os compromissos que estabeleceu com os trabalhadores da função pública, e que neste momento, em alguns casos, não está a cumprir, como nos casos dos professores, mas não só”, acrescentou.No congresso da União de Sindicatos do Algarve, foi definida a estratégia e eleitos os dirigentes para os próximos quatro anos, com António Goulart a ser reeleito coordenador da estrutura, onde estarão presentes 29 eleitos, de 14 sindicatos.