Pelo menos 44 pessoas morreram na noite de quinta-feira em bombardeamentos numa localidade da província síria de Idleb (noroeste), no que se supõe ser “o maior massacre” de 2018 naquela região, adiantou esta quinta-feira o Observatório sírio dos Direitos Humanos. De acordo um novo balanço feito pelo Observatório, os bombardeamentos fizeram pelo menos 44 mortos, entre as quais seis crianças e 11 mulheres, e cerca de 60 feridos.

Num balanço anterior, o Observatório referia 38 mortos. “Aviões de guerra que se supõe serem russos bombardearam na quinta-feira à noite vários pontos da localidade de Zardana, noroeste da cidade de Idleb, capital da província homónima, onde no passado mês de março morreram 43 pessoas em ataques atribuídos à aviação russa”, explicou a organização não governamental.

O Observatório assinalou que o número de mortos em Zardana pode vir a aumentar nas próximas horas uma vez que muitos dos feridos estão em estado grave e ainda podem existir corpos nos escombros dos edifícios, que ficaram completamente danificados. “Entre as vítimas mortais está um membro da Defesa civil síria, os chamados ‘capacetes brancos’, órgão que realiza trabalhos de resgate em áreas fora de controlo das autoridades de Damasco.

A província de Idleb é controlada quase por completo por grupos opositores, islamitas e jihadistas, incluindo o Estado Islâmico (EI) e também o exército sírio, onde está localizada a Rússia, além da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.

A ONG destacou ainda que desde o início de maio que se têm vindo a registar bombardeamentos contínuos contra esta região, situada a noroeste da Síria e fronteira com o Iraque. A maior parte da província de Idleb é controlada pelos jihadistas de Hayat Tahrir al-Sham, uma coligação dominada pelo antigo ramo da al-Qaeda na Síria.

Esta província, uma das últimas a escapar em grande parte do poder de Bashar al-Assad, é regularmente alvo de ataques por parte do regime ou do seu aliado russo. Desde o apoio russo na intervenção militar de 2015, o regime de Bashar al-Assad recuperou o controlo de mais de 60% do território nacional. Mais de 350.000 pessoas foram mortas na Síria desde o início do conflito, em 2011.

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