O Presidente da Venezuela felicitou na quinta-feira o ministro de Relações Exteriores venezuelano e a equipa de trabalho na Organização de Estados Americanos (OEA) pelo que considerou ser “uma vitória” contra os Estados Unidos na organização. “Há dois anos derrotámos [os Estados Unidos] na República Dominicana, quando tentaram aprovar um documento para expulsar a Venezuela e não conseguiram. Em 2017, foi em Cancun, no México, e agora em Washington, onde saímos vitoriosos porque não conseguiram os votos”, declarou Nicolas Maduro.

O Presidente venezuelano falava num encontro com conselhos comunais, transmitido pela televisão estatal venezuelana, durante o qual aludiu à recente aprovação de uma resolução da OEA, para convocar uma reunião extraordinária para debater a crise venezuelana e a expulsão do país da organização. “Foram derrotados. Não conseguiram os votos (…) com certeza que se tivessem votado pela possibilidade de aplicar a Carta Democrática Interamericana teriam tido 16 votos [a favor]”, disse.

O Presidente da Venezuela acusou o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, de pressionar os Governos da região para expulsar a Venezuela, objetivo que não foi conseguido. Por outro lado, insistiu que a Venezuela está de saída da OEA e quando isso acontecer será um dia de festa no país. Maduro condecorou o chefe da diplomacia venezuelana, Jorge Arreaza, com a réplica da espada do Libertador Simón Bolívar [militar e político venezuelano que lutou pela independência de vários países da América Latina], por ter “conduzido esta batalha com valentia” e ter levado a verdade da Venezuela contra infâmias.

Na quarta-feira, a Assembleia-Geral da OEA aprovou uma resolução sobre a situação venezuelana que abre caminho à suspensão da Venezuela e que declara ilegítimas as eleições presidenciais antecipadas de 20 de maio último, em que Nicolás Maduro foi reeleito para um novo mandado (2019-2025). Por outro lado, a OEA pediu a aplicação dos mecanismo da Carta Democrática Interamericana porque no país há uma “alteração da ordem constitucional”.

A aprovação teve lugar com 19 votos a favor, quatro contra e 11 abstenções, informou a OEA na conta oficial da rede Twitter. Segundo a imprensa venezuelana, uma vez convocada a reunião extraordinária são necessários 24 votos a favor, de um total de 35 dos Estados-membros para suspender a Venezuela da OEA.

Entretanto, o secretário-geral da OEA, Luís Almagro, indicou ser improcedente o pedido, feito em abril de 2017, pela Venezuela para sair da organização por não ter sido aprovado pela Assembleia Nacional da Venezuela (parlamento), onde a oposição detém a maioria.

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