Os computadores quânticos são o futuro e, apesar de estarem ainda numa fase embrionária, já realizam proezas incríveis. Não substituem os computadores binários convencionais na generalidade das funções, mas conseguem ser exponencialmente mais rápidos – tanto quanto o número de bits quânticos (qubit) que possuem – em cálculos particularmente complexos, como por exemplo determinar a interacção entre moléculas.

A IBM disponibiliza já, via cloud, o acesso gratuito a um de 20 qubits, enquanto a D-Wave já comercializa modelos com 2.000 qubits. Ora, é exactamente a tipo de computação que a Volkswagen tem vindo a recorrer para desenvolver baterias mais eficazes e vai divulgar o resultado da sua investigação no CEBIT, a feira de tecnologia que vai ter lugar em Hanover, Alemanha, de 12 a 15 de Junho.

Os técnicos da marca alemã têm vindo a experimentar diferentes estruturas químicas utilizando computadores quânticos e, segundo afirmam, conseguiram mesmo simular moléculas de lítio-hidrogénio e cadeias de carbono recorrendo a este tipo de cálculo. O objectivo da Volkswagen é conseguir uma solução química que permita a construção de uma bateria desenhada especificamente para uma determinada finalidade, optimizando-a caso a caso.

Recorrendo a algoritmos desenvolvidos graças à mecânica quântica, a marca acredita ser possível conceber baterias com maior densidade energética ou mais leves, jogando apenas com a química, o que tornará mais rápido o seu desenvolvimento e permitirá produzir uma bateria diferente para um pequeno utilitário, daquelas que são necessárias para modelos desportivos, ou até para veículos comerciais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Todo este trabalho está a ser realizado por especialistas em IT, software e engenharia informática, além de cientistas e técnicos de mecânica quântica, nos centros de desenvolvimento que a Volkswagen possui em São Francisco e Munique, onde trabalha em parceria com a Google e a D-Wave, a companhia canadiana que fornece os computadores quânticos a uma série  de empresas, a começar pela própria Google, os 2000Q – uns ‘monstros’ com três metros de altura e um preço próximo dos 15 milhões de euros, que necessitam de ser refrigerados a hélio líquido a uma temperatura de -273ºC, ou seja, próximo do zero absoluto.

Se quer ter uma ideia sobre o tremendo potencial da computação quântica, veja este vídeo e prepare-se para ser surpreendido.