Mais de 920 mil pessoas foram deslocadas na Síria durante os primeiros quatro meses do ano, um número recorde desde o início do conflito há sete anos, anunciou esta segunda-feira a ONU.

Assistimos a um deslocamento em massa no interior da Síria (…) De janeiro a abril, houve 920 mil novos deslocados”, declarou Panos Moumtzis, coordenador humanitário da ONU para a Síria, numa conferência de imprensa em Genebra, acrescentando: “É o maior número de deslocados num curto período de tempo desde que o conflito começou”.

No total, 6,2 milhões de sírios abandonaram as suas casas no interior do país e cerca de 5,6 milhões continuam refugiados nos países vizinhos, de acordo com os números das Nações Unidas.

Moumtzis precisou que os novos deslocados foram obrigados a partir devido à escalada dos combates no antigo bastião rebelde de Ghouta oriental, nos arredores de Damasco, e na província de Idleb (noroeste), que é quase na totalidade controlada por islamitas e grupos rebeldes extremistas.

Vários ataques aéreos em Idleb causaram recentemente dezenas de mortos, incluindo crianças. Moumtzis teme que a situação em Idleb, onde vivem 2,5 milhões de pessoas, possa agravar. “Estamos preocupados por ver que 2,5 milhões de pessoas estão a ser cada vez mais empurradas para a fronteira turca”, disse, receando que “talvez não se tenha visto o pior da crise”.

Após a ofensiva bem-sucedida do regime contra a cidade de Alepo e na Ghouta oriental, os rebeldes e civis foram transferidos para Idleb, mas para os habitantes desta cidade “não há outra Idleb para onde os enviar”, sublinhou Moumtzis. A guerra na Síria, desencadeada em 2011 pela repressão de manifestações pacíficas a favor de reformas democráticas, causou mais de 350 mil mortos e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.

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