Acabou de descascar os legumes, lavou as mãos e secou-as na toalha. Passou a toalha na bancada para garantir que está a brilhar. Pegou no tacho com a toalha para escorrer. E terminou mesmo a tempo de limpar as mãos do seu filho cheias de chocolate. Quanto mais usos tiver a mesma toalha da cozinha e quantos mais elementos tiver a família, maior a probabilidade que esteja carregada de bactérias. Esta é a conclusão de um estudo apresentado na conferência da Associação Americana de Microbiologia — ASM Microbe 2018 —, em Atlanta, que decorreu entre 7 e 11 de junho.

Manter as toalhas secas e dar-lhes um único uso — como ter uma toalha diferente para limpar as mãos e outra para limpar a loiça — são duas formas de reduzir a quantidade de bactérias nas toalhas, já que não vai conseguir reduzir o tamanho da família ou a presença de crianças em casa. Diminuir a quantidade de bactérias que passam das mãos para a toalha e da toalha de volta para as mãos e objetos, ajuda a reduzir o risco de contaminação dos alimentos, especialmente por bactérias que causam doenças.

Outra dica importante pode ser trocar de toalhas com regularidade, visto que os investigadores da Universidade da Maurícia detetaram bactérias patogénicas em cerca de metade das toalhas depois de elas estarem a uso durante um mês. Outra questão levantada é o manuseamento de carnes e peixes, que têm mais bactérias que os vegetais. Logo, lavar bem as mãos antes de as enxugar na toalha é essencial. Mas não precisa (nem deve) usar sabonetes que prometem matar 99% das bactérias. É que isso é uma forma de potenciar o aparecimento de bactérias resistentes e mais agressivas — 1% que consegue sobreviver a esses sabonetes.

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