O subsecretário de Estado da Justiça Philip Lee demitiu-se esta terça-feira, invocando a necessidade de poder criticar livremente o processo de saída da União Europeia, no mesmo dia em que vai ser votada a lei do Brexit no parlamento.

“A principal razão para tomar esta decisão agora é o processo Brexit e o desejo de o Governo limitar o papel do Parlamento na contribuição para o resultado final numa votação que ocorre hoje”, afirmou na carta de demissão.

Lee, que volta assim ao seu assento de deputado, afirma não concordar com o modo como a saída do Reino Unido da UE está a ser preparada e diz que tem discutido com os seus eleitores sobre o impacto negativo que receia que o Brexit venha a ter.

“Infelizmente, dentro do Governo achei virtualmente impossível ajudar a trazer mudanças suficientes para o rumo a que estamos vinculados”, acrescentou.

O deputado do partido Conservador junta-se assim ao grupo de potenciais “rebeldes” que poderão votar contra o governo em algumas das emendas à proposta de Lei da União Europeia (saída), que transfere toda a legislação da UE para o direito britânico.

A Câmara dos Comuns começa esta tarde a debater as 15 alterações introduzidas pelos membros da Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento britânico, que a primeira-ministra, Theresa May, espera que não sejam aprovadas.

O governo tem argumentado que uma derrota no parlamento pode prejudicar a estratégia de negociações com Bruxelas para o Brexit e prometeu algumas cedências, nomeadamente sobre o voto do parlamento ao acordo final. O Reino Unido vai deixar a União Europeia em 29 de março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos após o referendo de 23 de junho de 2016 que viu 52% dos britânicos votarem a favor do Brexit.

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