Só na Noruega, o principal mercado europeu para veículos eléctricos em termos de taxa de penetração, a Hyundai recebeu 20.000 encomendas para o seu novo Kona Electric (por cá, denominado Kauai). Acontece que a marca sul-coreana, este ano, vai apenas direccionar 2.5000 unidades para aquele país, onde suspendeu as encomendas pouco depois de serem conhecidos os preços do SUV eléctrico para o mercado norueguês.

O facto de as reservas não implicarem o pagamento de qualquer sinal e de o Kauai eléctrico ser proposto por cerca de 33.900€, oferecendo em troca uma autonomia de 482 km (WLTP) e uma potência de 204 cv, para a versão com bateria de 64 kWh, levou a uma procura a que a marca sul-coreana não consegue responder. Não porque não queira vender, mas porque para o fazer precisa de produzir. O que não será um problema, desde que haja baterias… Daí que corram rumores dando conta das intenções da Hyundai vir a fabricar as suas próprias baterias.

Ao que parece, a incapacidade dos fornecedores de baterias de efectuarem entregas em consonância com a procura que o mercado regista estará a condicionar os planos de diferentes construtores automóveis. A Mercedes será um deles, de acordo com o jornal alemão Handelsblatt, com a publicação a avançar mesmo que o lançamento do EQC, o primeiro SUV eléctrico a bateria da nova geração, não ocorrerá antes de meados do próximo ano, quando o que estava previsto pela marca da estrela era que as primeiras entregas a clientes ocorressem logo no início de 2019. Ou seja, sensivelmente três meses após a apresentação do modelo, marcada para Setembro, em Estocolmo.

Além de falar num atraso de seis meses, por causa da questão das baterias, o Handelsblatt também refere que a Daimler ter-se-á deparado com alguns problemas técnicos nos protótipos de desenvolvimento, cuja resolução consumiu mais tempo do que o desejado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em resposta à Reuters, que confrontou a marca alemã com estas novas informações, a Mercedes negou qualquer atraso e reiterou que todos os lançamentos ocorrerão nos prazos previstos O plano de produto “original” passa primeiro pela introdução do EQC, a que se seguirá o EQA (hatchback baseado no Classe A) e, depois, o EQS (o equivalente ao Classe S, mas eléctrico).

Mercedes prepara EQS, um Classe S mas eléctrico

O cronograma terá ainda de ter em conta que, até 2022, a Mercedes comprometeu-se a oferecer uma versão eléctrica de cada um dos seus modelos, de modo a disponibilizar um total de 50 modelos electrificados na sua gama. Por outro lado, a partir de 2020, a oferta da Smart será exclusivamente eléctrica. Ou seja, ou bem que há capacidade de produção e baterias para satisfazer a procura, ou os clientes ainda vão ter de esperar. Tudo indica, por isso, que os próximos tempos vão ser um teste às previsões e aos investimentos dos fabricantes no domínio da mobilidade eléctrica.