A maior edição de sempre do festival A Porta arranca em Leiria no sábado e prolonga-se até dia 24, propondo à cidade 130 atividades com um programa multidisciplinar que desafia a comunidade à participação.

Do ‘pole-dance’ ao espetáculo de Bonga, das atividades para crianças à arte urbana, das praias temporárias às portas privadas que são abertas ao público para o festival, são muitas as propostas desta quarta edição do festival, que conta com 32 concertos, 28 atividades infantojuvenis, 21 artistas plásticos e outros eventos que se espalham pelo espaço público da cidade, lojas, edifícios e habitações.

“Há uma maior exigência da nossa parte em desafiar e querer meter dedos nas feridas – e ao mesmo tempo tratar delas”, explica Gui Garrido, do coletivo Meia Dúzia e Meia de Gatos Pingados, que organiza o festival.

O festival, que surgiu para dar vida a zonas esquecidas da cidade, prossegue a missão de revitalização de territórios e comunidades através da arte. Em 2018, A Porta chega a novas zonas de Leiria e estende-se no tempo.

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“Não nos limitamos a ser alguém maldizente que está no sofá a apontar o dedo. Apontamos questões, mas tentamos criar estruturas que as tentem solucionar. A rua Direita e o centro histórico já foram extremamente importantes para a vida de Leiria”, sublinha Gui Garrido, lembrando a desertificação provocada pelos centros comerciais. A partir de 2015, o festival criou “uma estrutura para as pessoas voltarem”.

As primeiras edições conquistaram a população local e agora a ambição é atrair público de fora. Mas o organizador sublinha a necessidade de “respeitar a escala e a capacidade”.

“Tudo a seu tempo. Estamos na quarta edição, ainda somos um bebé. O crescimento foi um pouco rápido e temos de ver se mantemos o equilíbrio”, nota Gui Garrido.

Segundo a organização, o objetivo principal é o festival crescer e funcionar durante todo o ano, “com programas de residências artísticas dedicadas às artes plásticas, programas infantojuvenis e para famílias, concertos e misturas entre artistas”.

“O festival em si pode ser um fim e um início de ciclo”, explica Gui Garrido. Mas enquanto isso não é possível, “condensa-se entre dois fins de semana o sonho de um ano inteiro”.

A Porta arranca no fim de semana, com atividades para famílias no Jardim da Vala Real e as exposições e performances da Casa Plástica no antigo edifício da EDP. Durante a semana há jantares temáticos com sobremesa musical em casas particulares e concertos, como First Breath After Coma na Villa Portela, dia 20, Dead Combo no Teatro José Lúcio da Silva, dia 21, e Nice Weather For Ducks e Bonga no Jardim Luís de Camões, no dia 22.

O grosso das atividades decorre no dia 23 na rua Direita e no Parque do Avião no dia 24.