James Glickenhaus, 67 anos, é um homem que dispensa apresentações no mundo automóvel, ou não fosse ele o fundador da Scuderia Cameron Glickenhaus, fabricante que consegue a proeza de perder 4,2 milhões de euros em cada SCG 003 que vende por 1,8 milhões de euros…

Por favor, não compre este carro de 1,8 milhões

Mas a paixão do americano pelos carros vai ainda mais longe, com Glickenhaus a ser assumidamente um coleccionador com um fraquinho pela Ferrari. Especialmente, os modelos de corrida. É (mais ou menos) este o caso.

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Há quatro anos atrás, James Glickenhaus conseguiu convencer a Pininfarina a vender-lhe (não se sabe por quanto) um espectacular protótipo que havia sido apresentado no Salão de Genebra de 1970. Espectacular, porque olhando para o Ferrari 512S Modulo, poucos diriam que tem quase meio século em cima! A verdade é que as linhas de Paolo Martin são tão invulgares que a estética deste projecto valeu-lhe (merecidamente) o título de Ferrari mais estranho de todos os tempos…

Depois de adquirir o bólide, que durante anos foi uma das peças mais emblemáticas do museu de Pininfarina, o americano entreteve-se a restaurá-lo. Foi um processo minucioso, um trabalho que se arrastou ao longo de quatro anos e cujo propósito estava definido à partida: voltar a fazer deste desportivo um modelo funcional. Objectivo cumprido!

Baseado no chassi do Ferrari 512S, um dois lugares de competição construído para o Campeonato do Mundo de Construtores, o Modulo proposto por Pininfarina herdava também o V12 de 5 litros do 512S. À conta dos 508 cv que debitava, presumia-se que iria de 0 a 100 km/h em 3,1 segundos, podendo alcançar 350 km/ de velocidade máxima. Presumia-se, porque o Modulo nunca validou estas cifras em estrada, coisa que, a confirmarem-se, seriam imbatíveis à época, por qualquer carro de produção em série.

Porém, a realidade é que o Ferrari 512S Modulo nunca rodou. A sua mecânica estava completamente virgem de utilização. Até agora.