O que os construtores de automóveis investem anualmente em investigação e desenvolvimento (I&D) chega a ser assustador. Mas é o preço a pagar para continuarem na crista da onda, no que respeita à tecnologia, design e novos materiais, de que depende o peso, fundamental por sua vez para reduzir consumos e emissões. Para se ter uma ideia, em 2017, foi o Grupo VW quem mais gastou neste domínio, com um total de 10,3 mil milhões de euros (ainda assim menos do que os 10,6 mil milhões de 2016), seguido da Toyota (7,9), General Motors (6,9), Ford (6,2), Daimler (5,9) e Honda (5,2).

Deste que foi adquirida à GM pela PSA – em 2017, por cerca de 2,6 mil milhões de dólares –, a Opel/Vauxhall passou a usufruir das sinergias do grupo francês. E só a possibilidade de recorrer ao seu banco de órgãos, das plataformas aos motores que servem os Peugeot, Citroën e DS, além de deixar de recorrer às bases Renault para os seus veículos comerciais, já permitiu uma economia de até 50% em I&D.

Segundo a Opel, os custos inerentes às plataformas representam cerca de 60% do total de um veículo, sendo que a marca alemã do grupo gaulês beneficia ainda de motores, bancos, painéis de instrumentos e sistemas de infoentretenimento, o que faz maravilhas às finanças de qualquer um.

Graças à partilha de plataformas, conseguimos poupar entre 20 e 50% dos custos no desenvolvimento de cada veículo, quando comparado com o seu antecessor”, sublinha o CEO da Opel, Michael Lohscheller.

Esta economia irá operar milagres na contabilidade da Opel, que teve resultados negativos nos últimos 15 anos, situação que o português Carlos Tavares, o CEO da PSA, prometeu inverter rapidamente.

O primeiro veículo da Opel/Vauxhall a nascer depois da integração no grupo francês será o Combo (partilha a base com o Berlingo e o Partner), a que seguirá o futuro Corsa (ainda este ano), sendo que o modelo mais vendido da marca germânica vai recorrer à mesma plataforma do Peugeot 208 e Citroën C3. Curiosamente, a presença da Opel na PSA vai igualmente permitir grandes economias de escala às restantes marcas da PSA, com as sinergias a beneficiarem todas as marcas do grupo, como aliás seria de esperar.

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