A Cruz Vermelha Portuguesa disse esta quinta-feira que foram angariados cerca de 700 mil euros para apoiar as vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, dos quais 389 mil euros foram investidos na reconstrução total e no apetrechamento de cinco habitações.

“O restante dinheiro serviu para diversos fins, tais como a disponibilização de equipamentos e serviço de teleassistência a vítimas pelo período de um ano, a prestação de apoio psicológico no terreno por equipas especializadas, apetrechamento de habitações, compra de alimentação para animais, compra de viaturas de logística e tendas de emergência”, revelou a instituição humanitária, em comunicado.

A instituição considerou que, volvido um ano sobre o incêndio iniciado em 17 de junho de 2017, atingindo sobretudo os municípios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, “é momento de prestar contas e apresentar os resultados obtidos pela Cruz Vermelha Portuguesa, que só foram conseguidos graças à solidariedade de todos: sociedade civil e meio empresarial”.

Relativamente às habitações a reconstruir com a verba angariada, a Cruz Vermelha explicou que “a seleção teve dois critérios primordiais: configurar aquilo que é convencionado como primeira habitação e, cumulativamente, tratar-se de agregados com um enquadramento de vulnerabilidade socioeconómica”.

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Faltam obras em 104 das 261 casas afetadas pelo fogo de Pedrógão Grande

Neste sentido, foram cinco as habitações apoiadas no âmbito da reconstrução total e do apetrechamento, localizadas “no município de Pedrógão Grande, aquele que foi, sem dúvida, o mais afetado por esta catástrofe”, em que foram investidos 389.780,45 euros, avançou a instituição.

“Duas das cinco habitações encontram-se concluídas do ponto de vista da reconstrução do imóvel, estando uma delas já a ser habitada, e a segunda em fase de conclusão do apetrechamento, prevendo-se para meados da próxima semana que a mesma esteja pronta a habitar”, referiu a instituição, adiantando que as restantes três habitações têm conclusão de obra prevista para o final do mês de agosto deste ano.

Ainda no apoio às populações e à revitalização das áreas afetadas pelo incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017, a Cruz Vermelha Portuguesa é a entidade responsável pela Coordenação Logística de Apetrechamento das Habitações, no âmbito do Fundo Revita, “trabalho esse desenvolvido de forma ‘pro bono’ e que em traços gerais se consubstancia na análise dos requerimentos apresentados”, em articulação com os demais operadores e instituições envolvidos, com a missão de “devolver as condições básicas de dignidade humana às vítimas”.

“Um ano volvido é importante partilhar com a comunidade, e em particular com aqueles que contribuíram para a Cruz Vermelha Portuguesa no âmbito desta causa, que o outono não chegará sem que estas famílias tenham de volta a sua habitação”, declarou a instituição humanitária.

O incêndio que deflagrou há um ano em Pedrógão Grande (distrito de Leiria) e alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e 253 feridos, sete dos quais graves, e destruiu meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.