Os custos das empresas moçambicanas com a eletricidade agravaram-se em mais de 100% nos últimos três anos e degradaram o ambiente de negócios no país, refere o estudo “Impacto do aumento das tarifas de eletricidade no ambiente de negócios”.

O estudo, elaborado pela Confederação das Associações Económicas (CTA), indica que, em novembro de 2015, as tarifas de energia aumentaram 7% e em novembro de 2017 incrementaram 10%. “Desde 2015, assiste-se a aumentos galopantes nas tarifas de eletricidade, que, de forma generalizada, não são acompanhados pela melhoria da sua fiabilidade”, diz a análise.

Estes aumentos incrementaram significativamente os custos para as empresas, lê-se no texto. Como forma de minimizar a baixa qualidade da energia, muitas empresas são obrigadas a adquirir meios alternativos como geradores e postos de transformação.

“Estes meios alternativos acarretam custos adicionais para o setor privado e estes investimentos podiam ser feitos para melhorar os processos produtivos e aumentar a rendibilidade e competitividade das empresas”, observa a CTA.

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[FrameNews src=”https://s.frames.news/cards/economia-de-mocambique/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”338″ slug=”economia-de-mocambique” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/economia-de-mocambique/thumbnail?version=1527504650875&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]No geral, as empresas estão insatisfeitas com o fornecimento de eletricidade, porque, apesar do aumento nas tarifas, nada mudou em termos de qualidade da energia fornecida. “A principal ilação deste estudo é a necessidade de melhorar a qualidade da energia elétrica fornecida”, afirma-se na análise.

A CTA defende reformas adicionais no setor de energia de modo a facilitar o clima de negócios e a atração de mais investimento para as indústrias. “Outra solução para a melhoria da qualidade de energia elétrica passa por liberalizar pequenas fontes de geração de energia para fornecerem diretamente à indústria”, destaca o estudo.

Neste sentido, os autores consideram fulcral a revisão da lei de eletricidade e a celeridade na regulamentação da lei que cria a Autoridade Reguladora de Energia. Esses passos, prossegue a avaliação, vão permitir a transparência entre os operadores do setor energético, bem como maior envolvimento do setor privado na cadeia de distribuição e comercialização da eletricidade. A promoção da competitividade poderá contribuir para assegurar a qualidade, fiabilidade e transparência na determinação das tarifas.