O ex-tenista alemão Boris Becker alegou imunidade diplomática num caso entregue num tribunal no Reino Unido na sequência da falta de pagamento de uma dívida ao Arbuthnot Latham & Co, um banco privado sediado em Londres.

Becker, que enquanto tenista venceu torneios como Wimbledon ou o US Open, foi declarado insolvente em abril de 2017, depois de um tribunal ter determinado que não tinha capacidade para pagar uma dívida àquele banco privado. O volume da dívida não chegou a ser divulgado. O pedido de insolvência foi feito pelo próprio banco e contra a vontade de Boris Becker.

Agora, o ex-tenista alega imunidade diplomática para se proteger do processo em tribunal decorrente da declaração de insolvência. Tudo isto é possível porque Boris Becker é adido para a cultura e para o desporto da República Centro-Africana (RCA) na União Europeia desde abril deste ano. Desta forma, Boris Becker só pode ser levado a tribunal se houver um acordo nesse sentido entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países — ou seja, do britânico Boris Johnson e do seu homólogo da RCA, Charles-Armel Doubane.

“Declarei imunidade diplomática porque tenho esse direito, de maneira a colocar um fim a esta farça e para eu poder começar a reconstruir a minha vida. Depois desta catadupa de processos parar, os meus advogados vão focar-se em compensações. Não vou largar as pessoas que me forçaram a entrar neste processo, para que elas sejam responsabilizadas em público pelas suas ações”, disse o ex-tenista.

Enquanto tenista, Boris Becker venceu três edições do Wimbledon, uma da US Open e outra do Open da Austrália. A sua primeira vitória do torneio de Wimbledon, aos 17 anos, fez dele o vencedor mais jovem de um torneio do Grand Slam. Também venceu uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, no ténis de pares.

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No final de abril deste ano, foi nomeado para o cargo de adido de desporto e de cultura da RCA, por decisão do Presidente daquele país, Faustin-Archange Touadéra. A nomeação dá-lhe direito a um escritório na Embaixada da RCA em Bruxelas.

Na altura em que aceitou o cargo, Boris Becker disse que o seu objetivo era usar a sua “rede internacional de contactos para ajudar a tornar o país seguro e num bom sítio para o seu povo viver”. “Estou convencido de que a crise de refugiados na Europa só pode ser resolvida com a melhoria significativa das condições de vida nas regiões e nos países afetados pela crise”, disse ainda o ex-tenista.