O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa disse este sábado que já tem “uma família” na região de Pedrógão Grande e Castanheira de Pera, alargada a “muitos portugueses” que entenderam o pós-incêndio “em espírito de família”.

“É como se tivessem conhecido. Muitos dos que nunca vieram aqui, nunca vieram a Castanheira de Pera, passaram a falar de Castanheira de Pera e a vibrar e a sentir. É muito impressionante”, disse Marcelo Rebelo de Sousa à agência Lusa, à margem de uma visita aos bombeiros locais.

“Foi uma mudança no país. Essa já não volta para trás”, profetizou.

Na visita aos Voluntários de Castanheira de Pera – quatro dos quais ficaram feridos com gravidade e um morreu, na sequência do incêndio – Marcelo cumprimentou um a um os operacionais na parada e, momentos depois, dirigiu-se ao subchefe Rui Rosinha e à bombeira Filipa Rodrigues, que assistiam, à porta do quartel, à cerimónia.

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“Caramba, que recuperação, é a juventude e força de vontade, é espírito de bombeiro”, exclamou o PR, quando Rui Rosinha se levantou da cadeira de rodas que ainda usa para dar um abraço ao chefe de Estado.

Na ocasião, Marcelo lembrou a visita que fez “à distância” no hospital a Filipa Rodrigues: “Lembra-se? Disse adeus de fora”, recordou o PR, lembrando a bombeira com “tudo ainda muito ligado, muito entrapado, mas sempre com um sorriso”.

Filipa Rodrigues lembrou os profissionais de saúde que a trataram “pessoas impecáveis e extraordinárias. Ainda hoje estive com eles e foi maravilhoso”, enfatizou.

Os bombeiros enalteceram o Serviço Nacional de Saúde (SNS), acompanhados no elogio por Marcelo Rebelo de Sousa.

“Tem deficiências, mas se não era o Serviço Nacional de Saúde, o que seria deste país nos últimos 40 anos”, frisou Marcelo.

“E o que seria de nós”, acrescentou Rui Rosinha.

Em 17 de junho de 2017, as chamas que deflagraram no município de Pedrógão Grande, no interior do distrito de Leiria, e que alastraram a concelhos vizinhos, fizeram 66 mortos e 253 feridos, atingiram cerca de meio milhar de casas e quase 50 empresas, e devastaram 53 mil hectares de território, 20 mil hectares dos quais de floresta.