A investigação sobre a alegada ingerência russa nas eleições norte-americanas de 2016 e as suspeitas de conluio entre Moscovo e a equipa de Donald Trump deve ser investigada, defendeu este domingo o advogado do Presidente, Rudy Giuliani.

Segundo Giuliani, o Ministério da Justiça deve investigar o inquérito liderado pelo procurador especial Robert Mueller “não necessariamente por causa de Mueller, mas pela génese deste inquérito russo que acaba por ser ilegal e contrário à ética”.

Não creio que Mueller e a sua equipa devam ser alvo de um inquérito, a menos que surjam elementos novos sobre eles” precisou, em declarações à CNN. “Falo do que levou à nomeação do procurador especial”, “houve coisas estranhas”, acrescentou.

Em declarações à mesma cadeia de televisão, Giuliani disse ainda que neste momento Donald Trump não tenciona conceder perdões presidenciais aos visados na investigação de Mueller, mas pode optar por vir a fazê-lo quando terminar o trabalho do procurador especial.

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As declarações surgem depois de ter sido decretada na semana passada a detenção do ex-diretor de campanha de Trump, Paul Manafort, que deve ficar na prisão até ao seu julgamento, no âmbito deste caso.

Ex-diretor da campanha de Trump, Paul Manafort, preso enquanto aguarda julgamento

A investigação tem ensombrado o mandato presidencial, tendo Trump demitido em maio de 2017 o então diretor do FBI James Comey, que na altura supervisionava o inquérito.

O responsável pelo Departamento de Justiça, Jeff Sessions, também tem sido criticado por Trump por ter pedido escusa quanto à investigação.

Trump, que tem negado qualquer conluio com os russos, tenta desacreditar o inquérito, repetindo que se trata de uma “caça às bruxas”.

No mais recente desenvolvimento sobre o caso, o jornal The Washington Post indica este domingo que mais um ex-conselheiro de campanha de Trump, Roger Stone, esteve, como outros, em contacto com um russo que lhe propôs vender alegadas informações que prejudicavam a candidata presidencial democrata Hillary Clinton, proposta que disse ter recusado.