Primeiro foi o conflito com os migrantes, agora são as pessoas de etnia cigana. O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, anunciou esta segunda-feira que pretende fazer o recenseamento de ciganos a residir em Itália, de forma a expulsar, através de acordos com outros estados, todos os que estão em situação irregular no país. “Aqueles que forem italianos infelizmente teremos que deixar ficar”, disse Santini em declarações à estação televisiva TeleLombardia.

O ministro disse ainda que está a preparar “um dossier sobre a questão dos ciganos em Itália”, para saber “quem, como e quantos são”. Salvini criticou na televisão local a atuação do ex-ministro Roberto Maroni, afirmando que “nada foi feito” nesta matéria e, por isso, agora vive-se “o caos”.

A população de etnia cigana tem sido alvo de várias críticas do partido de extrema direita que este mês formou governo em coligação com os populistas do Movimento 5 Estrelas.

O anúncio polémico de Salvini já foi duramente criticado pela oposição. Segundo o El Mundo, Maurizio Martina, secretário do Partido Democrático, associou a atitude do ministro a “um aumento de mensagens perigosas e inaceitáveis”, acrescentando que “não é possível que um país europeu como Itália viva cada dia a provocação que não ajuda a resolver nenhum problema e alimenta uma espiral de propaganda muito perigosa”.

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Já o ex primeiro-ministro, Paolo Gentiloni, disse em tom irónico: “Ontem os refugiados, hoje os ciganos, amanhã armas para todos”.

As associações de ciganos também já reagiram ao anúncio de Matteo Salvini. “Os ciganos italianos estão presentes no nosso país há pelo menos meio século e às vezes são mais italianos que outros cidadãos”, recordou o presidente da associação “21 de julho”, Carlo Stasolla ao La Repubblica.