O IAVE já disponibilizou as respostas do exame Português de 12º ano, que se realizou esta terça-feira manhã nas escolas de ensino secundário. Veja aqui em baixo as soluções oficiais da prova.

Ao todo, existiram duas versões do exame nacional de Português.

Consulte aqui o enunciado da versão 1 do exame de Português.

Consulte aqui o enunciado da versão 2 do exame de Português.

E aqui estão os critérios de correção dos exames.

Deixamos também aqui os enunciados de cada um dos exames e os critérios de correção.

A versão 1 é a seguinte:

GRUPO I

PARTE A

Leia o poema.

Screvo meu livro à beira-mágoa. / Meu coração não tem que ter. / Tenho meus olhos quentes de água. / Só tu, Senhor, me dás viver.

Só te sentir e te pensar / Meus dias vácuos enche e doura. / Mas quando quererás voltar? / Quando é o Rei? Quando é a Hora?

Quando virás a ser o Cristo / De a quem morreu o falso Deus, / E a despertar do mal que existo / A Nova Terra e os Novos Céus?

Quando virás, ó Encoberto, / Sonho das eras português, / Tornar-me mais que o sopro incerto / De um grande anseio que Deus fez?

Ah, quando quererás, voltando, / Fazer minha esperança amor? / Da névoa e da saudade quando? / Quando, meu Sonho e meu Senhor?

Fernando Pessoa, Mensagem, edição de Fernando Cabral Martins,
Lisboa, Assírio & Alvim, 1997, pp. 81-82.

1. Caracterize o estado de alma do sujeito poético, expresso nos seis primeiros versos.

2. Justifique o recurso simultâneo à anáfora e à frase interrogativa a partir do sétimo verso do poema.

3. Explique, com base nas duas últimas estrofes, por que razão o sujeito poético pode ser considerado um profeta.

4. Identifique duas características do discurso lírico de Mensagem presentes no poema e transcreva um exemplo significativo para cada uma delas.

PARTE B

Leia o texto.

MADALENA

(falando ao bastidor)

Vai, ouves, Miranda? Vai e deixa-te lá estar até veres chegar o bergantim; e quando desembarcarem, vem-me dizer para eu ficar descansada. (Vem para a cena.) Não há vento e 5 o dia está lindo. Ao menos não tenho sustos com a viagem. Mas a volta… quem sabe? o tempo muda tão depressa…

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JORGE

Não, hoje não tem perigo.

MADALENA

Hoje… hoje! Pois hoje é o dia da minha vida que mais tenho receado… que ainda temo que não acabe sem muito grande desgraça… É um dia fatal para mim: faz hoje anos que… que casei a primeira vez; faz anos que se perdeu el-rei D. Sebastião; faz anos também que… vi pela primeira vez a Manuel de Sousa.

JORGE

Pois contais essa entre as infelicidades de vossa vida?

MADALENA

Conto. Este amor — que hoje está santificado e bendito no Céu, porque Manuel de Sousa é meu marido — começou com um crime, porque eu amei-o assim que o vi… e quando o vi — hoje, hoje… foi em tal dia como hoje! — D. João de Portugal ainda era vivo. O pecado estava-me no coração; a boca não o disse… os olhos não sei o que fizeram; mas dentro da alma eu já não tinha outra imagem senão a do amante… já não guardava a meu marido, a meu bom… a meu generoso marido… senão a grosseira fidelidade que uma mulher bem nascida quase que mais deve a si do que a seu esposo. — Permitiu Deus… quem sabe se para me tentar?… que naquela funesta batalha de Alcácer, entre tantos, ficasse também D. João…

5. Explique em que medida a afirmação «o tempo muda tão depressa…»(linhas 5 e 6), proferida por Madalena, pode constituir um presságio de tragédia. 

6. Ao longo do excerto, Madalena repete oito vezes a palavra «hoje».

Justifique os sentimentos manifestados por Madalena na sua última fala e relacione-os com a repetição dessa palavra.

PARTE C

7. A figura do herói está presente em muitas obras estudadas ao longo do ensino secundário, embora a sua construção possa depender de diversos fatores.

Escreva uma breve exposição na qual distinga o herói em Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do herói em Mensagem, de Fernando Pessoa.

A sua exposição deve incluir:

  • uma introdução ao tema;
  • um desenvolvimento no qual explicite, para cada uma das obras, uma característica que permita distinguir o herói em Os Lusíadas do herói em Mensagem, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo de cada uma das obras;
  • uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

GRUPO II

Leia o texto. Se necessário, consulte a nota.

A intraduzibilidade de um termo é normal. Acontece constantemente. Cada língua divide a seu modo a realidade em parcelas que nomeia, e elas não se ajustam inteiramente ao recorte das parcelas do real elaborado noutras línguas. Temos maçã e pero, enquanto em inglês há só apple. Os anglo-americanos não se preocupavam com a distinção, para portugueses mais que óbvia. […] Por outro lado, para nós basta-nos o verbo «esperar», enquanto os ingleses o subdividem em hope, expect e wait. Mas ninguém em Portugal espera menos só por não ter acesso a essas distinções vocabulares, como ninguém confunde esperar o autocarro com esperar um bebé, ou esperar uma vida melhor para os filhos. […]

A grande diferença é cultural. Se calhar os portugueses, por razões históricas diversas, tiveram inúmeras oportunidades para sofrer de saudades, a começar com as ausências prolongadas dos navegadores a partir de Quatrocentos. Mas não podemos afirmar isso ao de leve, sem estabelecer comparações: os espanhóis, por exemplo, dispersaram-se igualmente pelo Globo e não criaram um termo equivalente com tanto peso. Os ingleses, um século e tanto depois, espalharam-se também pelos mares e continentes, aliás como os holandeses, e nenhum desses povos cunhou uma palavra única para expressar os sentimentos dos ausentes da pátria quando dos seus se lembravam, ou destes quando sentiam a falta dos embarcadiços. Quer dizer: são as culturas que criam os termos, os mantêm e desenvolvem, vá lá alguém saber exatamente porquê. Todavia, não é a língua portuguesa que é mais saudosa que as outras, mas os portugueses que, por qualquer razão, insistem mais nesse sentimento. […]

Assim, o termo ganhou uma extensão invulgar que as metáforas ainda alargaram mais. Ora, em semântica, é regra fundamental que o significado é o uso. Dito de outro modo: para se saber o que significa uma palavra ou uma expressão, analisa-se o contexto em que é usada. E, santo Deus!, quão vastos são os contextos de «saudade» na nossa cultura. Usa-a o fado em letras sobre amores destroçados que recordam momentos de idílio em comum; usa-a um filho que chora a morte da mãe; como a usa um emigrante em carta para a família, ou um adulto revivendo os doces momentos da infância. […]

É, pois, nessa polissemia desbragada do termo em tão variadas circunstâncias que ele adquire cargas semânticas cada vez mais intraduzíveis, porque em nenhuma outra língua um termo semelhante foi tão frequentemente utilizado para cobrir tão diverso número de situações.

Nada disto envolve qualquer magia; está-se apenas em presença de uma impossibilidade linguística de resumir tanta diversidade de usos e encontrar um equivalente em uma só palavra noutra língua. Em parte porque os portugueses poderão ser mais sentimentais (saudosos) do que outros povos (é possível), mas sobretudo porque tradicionalmente deram largas à criatividade no uso do termo, sobretudo porque os poetas, mestres na liberdade com as palavras, lhe alargaram exponencialmente o sentido.

Onésimo Teotónio Almeida, A Obsessão da Portugalidade, Lisboa,
Quetzal Editores, 2017, pp. 223-226.

Nota

desbragada (linha 27) – descomedida; excessiva; desenfreada.

1. De acordo com o primeiro parágrafo do texto, a intraduzibilidade de um termo decorre do facto de

(A) os vocábulos evoluírem semanticamente de forma distinta em cada idioma.

(B) as línguas integrarem expressões idiomáticas bastante complexas.

(C) cada língua organizar e nomear a realidade de modo diferente.

(D) cada povo valorizar aspetos discrepantes da realidade.

2. No segundo parágrafo, o autor estabelece uma comparação entre povos, com a intenção de

(A) distinguir experiências similares que foram vividas por populações de países europeus.

(B) comprovar que a raiz da palavra «saudade» tem origem nas ausências dos navegadores.

(C) exemplificar as diversas situações que criaram a necessidade do termo «saudade».

(D) demonstrar que as palavras são determinadas pela especificidade cultural de cada povo.

3. Ao utilizar a expressão «polissemia desbragada» (linha 27), o autor pretende evidenciar

(A) a amplitude do campo semântico da palavra «saudade».

(B) a longa tradição poética sobre a temática da «saudade».

(C) o sentimentalismo excessivo do povo português.

(D) o saudosismo característico da língua portuguesa.

4. As expressões «Quer dizer» (linha 17) e «Dito de outro modo» (linha 21), seguidas de dois pontos, introduzem, respetivamente, sequências textuais em que o autor

(A) apresenta um argumento novo e reforça as ideias anteriormente apresentadas.

(B) sintetiza o conteúdo do parágrafo e explica a ideia anteriormente expressa.

(C) fundamenta o seu ponto de vista e introduz novos argumentos.

(D) problematiza a ideia apresentada anteriormente e exemplifica o seu ponto de vista.

5. As formas verbais presentes em «A intraduzibilidade de um termo é normal.» (linha 1) e em «Assim, o termo ganhou uma extensão invulgar» (linha 20) têm, respetivamente, um valor aspetual

(A) genérico e perfetivo.

(B) iterativo e perfetivo.

(C) genérico e imperfetivo.

(D) iterativo e imperfetivo.

6. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelo pronome relativo «que»

a) na linha 20;

b) na linha 24.

7. Classifique a oração sublinhada em «Ora, em semântica, é regra fundamental que o significado é o uso.» (linha 21). 

GRUPO III

«Há palavras que nos beijam / Como se tivessem boca.»

Alexandre O’Neill, Poesias Completas, 4.a ed., Lisboa,

Assiírio & Alvim, 2005, p. 64

«São como um cristal, / as palavras. / Algumas, um punhal, / um incêndio.»

Eugénio de Andrade, Antologia Breve, 6.a ed., Porto,

Fundação Eugénio de Andrade, 1994, p. 35.

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre o poder das palavras nas relações humanas.

No seu texto:

– explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;

– utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2018/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre duzentas e trezentas e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte:

− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;

− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

A versão 2 do exame de Português é esta:

GRUPO I

PARTE A

Leia o poema.

Screvo meu livro à beira-mágoa. / Meu coração não tem que ter. / Tenho meus olhos quentes de água. / Só tu, Senhor, me dás viver.

Só te sentir e te pensar / Meus dias vácuos enche e doura. / Mas quando quererás voltar? / Quando é o Rei? Quando é a Hora?

Quando virás a ser o Cristo / De a quem morreu o falso Deus, / E a despertar do mal que existo / A Nova Terra e os Novos Céus?

Quando virás, ó Encoberto, / Sonho das eras português, / Tornar-me mais que o sopro incerto / De um grande anseio que Deus fez?

Ah, quando quererás, voltando, / Fazer minha esperança amor? / Da névoa e da saudade quando? / Quando, meu Sonho e meu Senhor?

Fernando Pessoa, Mensagem, edição de Fernando Cabral Martins,
Lisboa, Assírio & Alvim, 1997, pp. 81-82.

1. Caracterize o estado de alma do sujeito poético, expresso nos seis primeiros versos.

2. Justifique o recurso simultâneo à anáfora e à frase interrogativa a partir do sétimo verso do poema.

3. Explique, com base nas duas últimas estrofes, por que razão o sujeito poético pode ser considerado um profeta.

4. Identifique duas características do discurso lírico de Mensagem presentes no poema e transcreva um exemplo significativo para cada uma delas.

PARTE B

Leia o texto.

MADALENA

(falando ao bastidor)

Vai, ouves, Miranda? Vai e deixa-te lá estar até veres chegar o bergantim; e quando desembarcarem, vem-me dizer para eu ficar descansada. (Vem para a cena.) Não há vento e 5 o dia está lindo. Ao menos não tenho sustos com a viagem. Mas a volta… quem sabe? o tempo muda tão depressa…

JORGE

Não, hoje não tem perigo.

MADALENA

Hoje… hoje! Pois hoje é o dia da minha vida que mais tenho receado… que ainda temo que não acabe sem muito grande desgraça… É um dia fatal para mim: faz hoje anos que… que casei a primeira vez; faz anos que se perdeu el-rei D. Sebastião; faz anos também que… vi pela primeira vez a Manuel de Sousa.

JORGE

Pois contais essa entre as infelicidades de vossa vida?

MADALENA

Conto. Este amor — que hoje está santificado e bendito no Céu, porque Manuel de Sousa é meu marido — começou com um crime, porque eu amei-o assim que o vi… e quando o vi — hoje, hoje… foi em tal dia como hoje! — D. João de Portugal ainda era vivo. O pecado estava-me no coração; a boca não o disse… os olhos não sei o que fizeram; mas dentro da alma eu já não tinha outra imagem senão a do amante… já não guardava a meu marido, a meu bom… a meu generoso marido… senão a grosseira fidelidade que uma mulher bem nascida quase que mais deve a si do que a seu esposo. — Permitiu Deus… quem sabe se para me tentar?… que naquela funesta batalha de Alcácer, entre tantos, ficasse também D. João…

5. Explique em que medida a afirmação «o tempo muda tão depressa…»(linhas 5 e 6), proferida por Madalena, pode constituir um presságio de tragédia. 

6. Ao longo do excerto, Madalena repete oito vezes a palavra «hoje».

Justifique os sentimentos manifestados por Madalena na sua última fala e relacione-os com a repetição dessa palavra.

PARTE C

7. A figura do herói está presente em muitas obras estudadas ao longo do ensino secundário, embora a sua construção possa depender de diversos fatores.

Escreva uma breve exposição na qual distinga o herói em Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do herói em Mensagem, de Fernando Pessoa.

A sua exposição deve incluir:

  • uma introdução ao tema;
  • um desenvolvimento no qual explicite, para cada uma das obras, uma característica que permita distinguir o herói em Os Lusíadas do herói em Mensagem, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo de cada uma das obras;
  • uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

GRUPO II

Leia o texto. Se necessário, consulte a nota.

A intraduzibilidade de um termo é normal. Acontece constantemente. Cada língua divide a seu modo a realidade em parcelas que nomeia, e elas não se ajustam inteiramente ao recorte das parcelas do real elaborado noutras línguas. Temos maçã e pero, enquanto em inglês há só apple. Os anglo-americanos não se preocupavam com a distinção, para portugueses mais que óbvia. […] Por outro lado, para nós basta-nos o verbo «esperar», enquanto os ingleses o subdividem em hope, expect e wait. Mas ninguém em Portugal espera menos só por não ter acesso a essas distinções vocabulares, como ninguém confunde esperar o autocarro com esperar um bebé, ou esperar uma vida melhor para os filhos. […]

A grande diferença é cultural. Se calhar os portugueses, por razões históricas diversas, tiveram inúmeras oportunidades para sofrer de saudades, a começar com as ausências prolongadas dos navegadores a partir de Quatrocentos. Mas não podemos afirmar isso ao de leve, sem estabelecer comparações: os espanhóis, por exemplo, dispersaram-se igualmente pelo Globo e não criaram um termo equivalente com tanto peso. Os ingleses, um século e tanto depois, espalharam-se também pelos mares e continentes, aliás como os holandeses, e nenhum desses povos cunhou uma palavra única para expressar os sentimentos dos ausentes da pátria quando dos seus se lembravam, ou destes quando sentiam a falta dos embarcadiços. Quer dizer: são as culturas que criam os termos, os mantêm e desenvolvem, vá lá alguém saber exatamente porquê. Todavia, não é a língua portuguesa que é mais saudosa que as outras, mas os portugueses que, por qualquer razão, insistem mais nesse sentimento. […]

Assim, o termo ganhou uma extensão invulgar que as metáforas ainda alargaram mais. Ora, em semântica, é regra fundamental que o significado é o uso. Dito de outro modo: para se saber o que significa uma palavra ou uma expressão, analisa-se o contexto em que é usada. E, santo Deus!, quão vastos são os contextos de «saudade» na nossa cultura. Usa-a o fado em letras sobre amores destroçados que recordam momentos de idílio em comum; usa-a um filho que chora a morte da mãe; como a usa um emigrante em carta para a família, ou um adulto revivendo os doces momentos da infância. […]

É, pois, nessa polissemia desbragada do termo em tão variadas circunstâncias que ele adquire cargas semânticas cada vez mais intraduzíveis, porque em nenhuma outra língua um termo semelhante foi tão frequentemente utilizado para cobrir tão diverso número de situações.

Nada disto envolve qualquer magia; está-se apenas em presença de uma impossibilidade linguística de resumir tanta diversidade de usos e encontrar um equivalente em uma só palavra noutra língua. Em parte porque os portugueses poderão ser mais sentimentais (saudosos) do que outros povos (é possível), mas sobretudo porque tradicionalmente deram largas à criatividade no uso do termo, sobretudo porque os poetas, mestres na liberdade com as palavras, lhe alargaram exponencialmente o sentido.

Onésimo Teotónio Almeida, A Obsessão da Portugalidade, Lisboa,
Quetzal Editores, 2017, pp. 223-226.

Nota

desbragada (linha 27) – descomedida; excessiva; desenfreada.

1. De acordo com o primeiro parágrafo do texto, a intraduzibilidade de um termo decorre do facto de

(A) cada povo valorizar aspetos discrepantes da realidade.

(B) cada língua organizar e nomear a realidade de modo diferente.

(C) as línguas integrarem expressões idiomáticas bastante complexas.

(D) os vocábulos evoluírem semanticamente de forma distinta em cada idioma.

2. No segundo parágrafo, o autor estabelece uma comparação entre povos, com a intenção de

(A) comprovar que a raiz da palavra «saudade» tem origem nas ausências dos navegadores.

(B) distinguir experiências similares que foram vividas por populações de países europeus.

(C) demonstrar que as palavras são determinadas pela especificidade cultural de cada povo.

(D) exemplificar as diversas situações que criaram a necessidade do termo «saudade».

3. Ao utilizar a expressão «polissemia desbragada» (linha 27), o autor pretende evidenciar

(A) o sentimentalismo excessivo do povo português.

(B) o saudosismo característico da língua portuguesa.

(C) a amplitude do campo semântico da palavra «saudade».

(D) a longa tradição poética sobre a temática da «saudade».

4. As expressões «Quer dizer» (linha 17) e «Dito de outro modo» (linha 21), seguidas de dois pontos, introduzem, respetivamente, sequências textuais em que o autor

(A) sintetiza o conteúdo do parágrafo e explica a ideia anteriormente expressa.

(B) fundamenta o seu ponto de vista e introduz novos argumentos.

(C) problematiza a ideia apresentada anteriormente e exemplifica o seu ponto de vista.

(D) apresenta um argumento novo e reforça as ideias anteriormente apresentadas.

5. As formas verbais presentes em «A intraduzibilidade de um termo é normal.» (linha 1) e em «Assim, o termo ganhou uma extensão invulgar» (linha 20) têm, respetivamente, um valor aspetual

(A) genérico e imperfetivo.

(B) genérico e perfetivo.

(C) iterativo e imperfetivo.

(D) iterativo e perfetivo.

6. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelo pronome relativo «que»

a) na linha 20;

b) na linha 24.

7. Classifique a oração sublinhada em «Ora, em semântica, é regra fundamental que o significado é o uso.» (linha 21).

GRUPO III

«Há palavras que nos beijam / Como se tivessem boca.»

Alexandre O’Neill, Poesias Completas, 4.a ed., Lisboa,

Assiírio & Alvim, 2005, p. 64

«São como um cristal, / as palavras. / Algumas, um punhal, / um incêndio.»

Eugénio de Andrade, Antologia Breve, 6.a ed., Porto,

Fundação Eugénio de Andrade, 1994, p. 35.

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre o poder das palavras nas relações humanas.

No seu texto:

– explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;

– utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2018/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre duzentas e trezentas e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte:

− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;

− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

E estes são os critérios de correção:

CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO

GRUPO I: 104 pontos

1. 16 pontos

Para caracterizar o estado de alma do sujeito poético, expresso nos seis primeiros versos, devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

‒  a dor/mágoa/tristeza/amargura manifestada pelo sujeito poético;

‒  a desilusão/frustração sentida relativamente à pátria do presente;

‒  a esperança na vinda do «Senhor», a qual preenche o seu vazio interior.

• Aspetos de conteúdo (C): 10 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
4 Caracteriza o estado de alma do sujeito poético, desenvolvendo três tópicos de resposta adequadamente. 10
3 Caracteriza o estado de alma do sujeito poético, desenvolvendo dois tópicos de resposta adequadamente e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões. 8
2

Caracteriza o estado de alma do sujeito poético, desenvolvendo dois tópicos de resposta, podendo um deles apresentar pequenas imprecisões e/ou omissões.

OU

Caracteriza o estado de alma do sujeito poético, desenvolvendo um tópico de resposta adequadamente e outros dois com pequenas imprecisões e/ou omissões.

OU

Caracteriza o estado de alma do sujeito poético, desenvolvendo três tópicos de resposta, todos eles com pequenas imprecisões e/ou omissões.

5
1

Caracteriza o estado de alma do sujeito poético, desenvolvendo um tópico de resposta adequadamente.

OU

Caracteriza o estado de alma do sujeito poético, desenvolvendo dois tópicos de resposta, ambos com pequenas imprecisões e/ou omissões.

3

Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F): 6 pontos

Estruturação do discurso: 2 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
2 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, adequadamente, a progressão e o encadeamento das ideias. 2
1 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, com alguma descontinuidade, a progressão e o encadeamento das ideias. 1

Correção linguística: 4 pontos

2. 16 pontos

Para justificar o recurso simultâneo à anáfora e à frase interrogativa, devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

‒  expressão da ansiedade de quem deseja saber quando virá o «Senhor»;

‒  expressão da incerteza quanto ao momento em que o regresso do «Senhor» acontecerá (mas também da certeza da sua vinda);

‒  apelo insistente para que o «Encoberto» volte (para pôr fim ao «mal» e criar «A Nova Terra e os Novos Céus» – vv. 11 e 12).

Aspetos de conteúdo (C): 10 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontução
4 Justifica o recurso simultâneo à anáfora e à frase interrogativa, desenvolvendo dois tópicos de resposta adequadamente. 10
3 Justifica o recurso simultâneo à anáfora e à frase interrogativa, desenvolvendo um tópico de resposta adequadamente e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões. 8
2

Justifica o recurso simultâneo à anáfora e à frase interrogativa, desenvolvendo um tópico de resposta adequadamente.

OU

Justifica o recurso simultâneo à anáfora e à frase interrogativa, desenvolvendo dois tópicos de resposta, ambos com pequenas imprecisões e/ou omissões.

5
1 Justifica o recurso simultâneo à anáfora e à frase interrogativa, desenvolvendo um tópico de resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões. 3

Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F): 6 pontos

Estruturação do discurso: 2 pontos

Níveis Descritores do desempenho Pontuação
2 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, adequadamente, a progressão e o encadeamento das ideias. 2
1 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, com alguma descontinuidade, a progressão e o encadeamento das ideias. 1

Correção linguística: 4 pontos

3. 16 pontos

Para explicar a razão pela qual o sujeito poético pode ser considerado um profeta, devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

‒  anuncia a vinda do «Encoberto» (D. Sebastião)/a construção do Quinto Império;

‒  deseja a realização do «Sonho das eras português» (v. 14);

‒  espera cumprir o «grande anseio que Deus fez» (v. 16);

‒  é o porta-voz de um desejo/sonho coletivo.

Aspetos de conteúdo (C): 10 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
4 Explica por que razão o sujeito poético pode ser considerado um profeta, desenvolvendo dois tópicos de resposta adequadamente. 10
3 Explica por que razão o sujeito poético pode ser considerado um profeta, desenvolvendo um tópico de resposta adequadamente e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões. 8
2

Explica por que razão o sujeito poético pode ser considerado um profeta, desenvolvendo um tópico de resposta adequadamente.

OU

Explica por que razão o sujeito poético pode ser considerado um profeta, desenvolvendo dois tópicos de resposta, ambos com pequenas imprecisões e/ou omissões.

5
1 Explica por que razão o sujeito poético pode ser considerado um profeta, desenvolvendo um tópico de resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões. 3

Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F): 6 pontos

Estruturação do discurso: 2 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
2 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, adequadamente, a progressão e o encadeamento das ideias. 2
1 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, com alguma descontinuidade, a progressão e o encadeamento das ideias. 1

Correção linguística: 4 pontos

4. 8 pontos

Na resposta, devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

‒  recurso à primeira pessoa do singular em formas verbais, como «Screvo» (v. 1) ou «Tenho» (v. 3)/em determinantes possessivos, como «meu» (vv. 1 e 2)/em pronomes pessoais, como «me» (v. 4);

‒  expressão da subjetividade/do mundo interior/dos sentimentos do sujeito poético, patente, por exemplo, no verso «Meu coração não tem que ter.» (v. 2);

‒  visão subjetiva do destino nacional, evidenciada, por exemplo, nos versos «Quando virás, ó Encoberto, / Sonho das eras português, / Tornar-me mais que o sopro incerto / De um grande anseio que Deus fez?» (vv. 13-16);

‒  recurso à interjeição para expressar ansiedade ou desejo em «Ah, quando quererás, voltando, / Fazer minha esperança amor?» (vv. 17-18).

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
2 Identifica, adequadamente, duas características do discurso lírico de Mensagem, cada uma delas fundamentada com a transcrição de um exemplo significativo. 8
1

Identifica, adequadamente, duas características do discurso lírico de Mensagem, mas apenas uma delas fundamentada com a transcrição de um exemplo significativo.

OU

Identifica, adequadamente, uma característica do discurso lírico de Mensagem, fundamentada com a transcrição de um exemplo significativo.

4

5. 16 pontos

Para explicar em que medida a afirmação proferida por Madalena pode constituir um presságio de tragédia, devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

‒  a preocupação de Madalena relativamente à instabilidade do tempo (alterações atmosféricas que poderão dificultar o regresso da família a casa, apesar de, até ao momento, o dia estar sereno) indicia, simbolicamente, o receio de que também a sua vida (até então feliz) possa mudar;

‒  a afirmação revela a intuição de uma desgraça iminente (possibilidade de D. João de Portugal regressar) que viria pôr fim à harmonia familiar.

Aspetos de conteúdo (C): 10 pontos

Níveis Descritores de pontuação Pontuação
4 Explica em que medida a afirmação proferida por Madalena pode constituir um presságio de tragédia, desenvolvendo dois tópicos de resposta adequadamente. 10
3 Explica em que medida a afirmação proferida por Madalena pode constituir um presságio de tragédia, desenvolvendo um tópico de resposta adequadamente e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões. 8
2

Explica em que medida a afirmação proferida por Madalena pode constituir um presságio de tragédia, desenvolvendo um tópico de resposta adequadamente.

OU

Explica em que medida a afirmação proferida por Madalena pode constituir um presságio de tragédia, desenvolvendo dois tópicos de resposta, ambos com pequenas imprecisões e/ou omissões.

5
1 Explica em que medida a afirmação proferida por Madalena pode constituir um presságio de tragédia, desenvolvendo um tópico de resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões. 3

Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F): 6 pontos

Estruturação do discurso: 2 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
2 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, adequadamente, a progressão e o encadeamento das ideias. 2
1 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, com alguma descontinuidade, a progressão e o encadeamento das ideias. 1

Correção linguística: 4 pontos

6. 16 pontos

Para justificar os sentimentos manifestados por Madalena, relacionando-os com a repetição da palavra «hoje», devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

–  Madalena sente culpa por se ter apaixonado por Manuel assim que o viu, ainda o primeiro marido estava vivo (tendo, por isso, pecado em pensamento), bem como ansiedade perante a dúvida que a atormenta desde o início da peça, ou seja, que D. João esteja vivo (e que Deus a castigue pelo seu «pecado»);

–  a repetição da palavra «hoje» reforça o terror obsessivo de Madalena, que atribui um carácter fatídico àquele dia/reforça o pressentimento de uma desgraça iminente (por ação do destino).

Aspetos de conteúdo (C): 10 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
4 Justifica dois sentimentos manifestados por Madalena e relaciona-os com a repetição da palavra «hoje», numa resposta adequada. 10
3

Justifica dois sentimentos manifestados por Madalena e relaciona-os com a repetição da palavra «hoje», numa resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões.

OU

Justifica um sentimento manifestado por Madalena e relaciona-o com a repetição da palavra «hoje», numa resposta adequada.

8
2 Justifica um sentimento manifestado por Madalena e relaciona-o com a repetição da palavra «hoje», numa resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões.
OU
Justifica, adequadamente, dois sentimentos manifestados por Madalena, sem os relacionar com a repetição da palavra «hoje».

OU

Explicita, adequadamente, o sentido da repetição da palavra «hoje», sem relacionar essa repetição com a justificação dos sentimentos manifestados por Madalena.

5
1

Justifica, com pequenas imprecisões e/ou omissões, dois sentimentos manifestados por Madalena, sem os relacionar com a repetição da palavra «hoje».

OU

Explicita, com pequenas imprecisões e/ou omissões, o sentido da repetição da palavra «hoje», sem relacionar essa repetição com a justificação dos sentimentos manifestados por Madalena.

3

Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F): 6 pontos

Estruturação do discurso: 2 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
2 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, adequadamente, a progressão e o encadeamento das ideias. 2
1 Os mecanismos de coesão textual utilizados asseguram, com alguma descontinuidade, a progressão e o encadeamento das ideias. 1

Correção linguística: 4 pontos

7. 16 pontos

Para distinguir o herói em Os Lusíadas do herói em Mensagem, deve ser abordado um tópico relativo a cada uma das obras. Os tópicos a seguir apresentados constituem apenas exemplos, podendo ser abordados outros igualmente relevantes.

Em Os Lusíadas:

‒ os heróis são apresentados na sua dimensão humana e histórica, o que é patente, por exemplo, nos protagonistas da viagem marítima até à Índia, nomeadamente Vasco da Gama e os marinheiros, cujos feitos permitiram o desvendamento dos mares desconhecidos;

‒ os heróis são os portugueses que, vencendo os seus medos e todos os perigos, foram capazes de superar a própria condição humana e de ascender ao plano dos deuses, como se comprova, por exemplo, quando são recompensados na Ilha dos Amores.

Em Mensagem:

‒ os heróis não se inscrevem num tempo nem num espaço determinados, assumindo uma dimensão mítica/simbólica. É o caso de D. Sebastião, enquanto símbolo da ambição que poderá fazer renascer a glória da pátria;

‒ os heróis situam-se na esfera da espiritualidade, como é o caso de D. Fernando, que age como instrumento da vontade divina/de uma vontade superior.

Aspetos de conteúdo (C): 9 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
4 Explicita, adequadamente, uma característica do herói em cada uma das obras, fundamentando cada uma delas com, pelo menos, um exemplo significativo. 9
3

Explicita, adequadamente, uma característica do herói em cada uma das obras, mas apenas fundamenta uma delas com, pelo menos, um exemplo significativo.

OU

Explicita uma característica do herói em cada uma das obras, adequadamente num dos casos e com pequenas imprecisões e/ou omissões no outro, fundamentando cada uma delas com, pelo menos, um exemplo significativo.

7
2

Explicita uma característica do herói em cada uma das obras, ambas com pequenas imprecisões e/ou omissões, fundamentando cada uma delas com, pelo menos, um exemplo significativo.

OU

Explicita, adequadamente, uma característica do herói numa das obras, fundamentando essa característica com, pelo menos, um exemplo significativo.

OU

Explicita, adequadamente, uma característica do herói em cada uma das obras, sem as fundamentar com exemplos significativos.

5
1 Explicita, com pequenas imprecisões e/ou omissões, uma característica do herói numa das obras, fundamentando essa característica com, pelo menos, um exemplo significativo. OU
Explicita, com pequenas imprecisões e/ou omissões, uma característica do herói em cada uma das obras, sem as fundamentar com exemplos significativos.
3

Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F): 7 pontos

Estruturação do discurso: 4 pontos

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
4 Escreve um texto bem estruturado, constituído por três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) devidamente proporcionadas e assegura, adequadamente, a progressão e o encadeamento das ideias. 4
3 Escreve um texto globalmente bem estruturado, constituído por três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) com desequilíbrios de proporção ou apresentando falhas pontuais no que diz respeito à progressão e ao encadeamento das ideias. 3
2 Escreve um texto suficientemente estruturado, constituído por três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) com desequilíbrios de proporção e apresentando falhas pontuais no que diz respeito à progressão e ao encadeamento das ideias. 2
1 Escreve um texto insuficientemente estruturado, apresentando diversas falhas no que diz respeito à progressão e ao encadeamento das ideias. 1

Correção linguística: 3 pontos

GRUPO II: 56 pontos

1. a 5. 40 pontos

Chave

Item Versão 1 Versão 2 Pontuação
1. (C) (B) 8
2. (D) (C) 8
3. (A) (C) 8
4. (B) (A) 8
5. (A) (B) 8

6. 8 pontos

a) Complemento direto; b) sujeito.

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
2 Identifica, corretamente, as duas funções sintáticas. 8
1 Identifica, corretamente, apenas uma das funções sintáticas. 4

Nota – A ocorrência de erros ortográficos não implica a desvalorização da resposta.

7. 8 pontos

(Oração) subordinada substantiva completiva

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
2 Classifica corretamente a oração. 8
1 Classifica a oração de modo incompleto:

  • (oração) subordinada completiva;
  • (oração) substantiva completiva.
4

Nota – A ocorrência de erros ortográficos não implica a desvalorização da resposta.

GRUPO III: 40 pontos

  • Estruturação temática e discursiva (ETD): 24 pontos
  • Correção linguística (CL): 16 pontos

Parâmetro A: Género/Formato Textual

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
4 Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião):

  • explicita o seu ponto de vista;
  • fundamenta a perspetiva adotada em, pelo menos, dois argumentos distintos;
  • ilustra cada um dos argumentos com, pelo menos, um exemplo;
  • formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
  • produz um discurso valorativo (desenvolvendo um juízo de valor explícito ou implícito).
8
3

Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião), mas fundamenta a perspetiva adotada em apenas um argumento, ilustrado com, pelo menos, dois exemplos, ou em dois argumentos distintos, ilustrados com um único exemplo, assegurando os restantes aspetos em avaliação neste parâmetro.

OU

Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião), fundamentando a perspetiva adotada em, pelo menos, dois argumentos, cada um deles ilustrado com, pelo menos, um exemplo, mas apresenta falhas em um ou dois dos restantes aspetos em avaliação neste parâmetro.

6
2

Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião), mas fundamenta a perspetiva adotada em apenas um argumento, ilustrado com um único exemplo, assegurando os restantes aspetos em avaliação neste parâmetro.

OU

Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião), mas fundamenta a perspetiva adotada em apenas um argumento, ilustrado com, pelo menos, dois exemplos ou em dois argumentos distintos, ilustrados com um único exemplo, e apresenta falhas em um ou dois dos restantes aspetos em avaliação neste parâmetro.

4
1

Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião), mas apresenta falhas no conjunto dos aspetos em avaliação neste parâmetro.

OU

Escreve um texto em que as marcas do género/formato solicitado se misturam, sem critério nem intencionalidade, com as de outros géneros/formatos.

2

Parâmetro B: Tema e Pertinência da Informação

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
4 Trata o tema proposto sem desvios e escreve um texto com eficácia argumentativa, assegurando:

  • a mobilização de argumentos e de exemplos diversificados e pertinentes;
  • a progressão da informação de forma coerente;
  • o recurso a um repertório lexical e a um registo de língua globalmente adequados ao desenvolvimento do tema, ainda que possam existir esporádicos afastamentos, justificados pela intencionalidade comunicativa.
8
3 Trata o tema proposto sem desvios, mas escreve um texto com falhas pontuais nos aspetos relativos à eficácia argumentativa.
OU
Trata o tema proposto com desvios pouco significativos, mas escreve um texto com eficácia argumentativa (tendo em conta a forma como o tema foi desenvolvido).
6
2 Trata o tema proposto com desvios pouco significativos e escreve um texto com falhas pontuais nos aspetos relativos à eficácia argumentativa.
OU
Trata o tema proposto sem desvios, mas escreve um texto com falhas significativas nos aspetos relativos à eficácia argumentativa.
4
1 Trata o tema proposto com desvios significativos e escreve um texto com pouca eficácia argumentativa, mobilizando muito pouca informação pertinente. 2

Parâmetro C: Organização e Coesão Textuais

Níveis Descritores de desempenho Pontuação
4 Escreve um texto bem organizado, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual:

  • apresenta um texto constituído por três partes individualizadas (introdução, desenvolvimento e conclusão), devidamente proporcionadas e articuladas entre si de modo consistente;
  • marca, corretamente, os parágrafos;
    utiliza, adequadamente, mecanismos de articulação interfrásica;
  • mantém, de forma sistemática, cadeias de referência através de substituições nominais e pronominais adequadas;
  • estabelece conexões adequadas entre coordenadas de enunciação (pessoa, tempo, espaço) ao longo do texto.
8
3 Escreve um texto globalmente bem organizado, em que evidencia domínio dos mecanismos de coesão textual, mas em que apresenta falhas pontuais em um ou dois dos aspetos em avaliação neste parâmetro. 6
2 Escreve um texto satisfatoriamente organizado, em que evidencia um domínio suficiente dos mecanismos de coesão textual, apresentando falhas pontuais em três ou mais dos aspetos em avaliação neste parâmetro, ou falhas significativas em um ou dois desses aspetos. 4
1 Escreve um texto com uma organização pouco satisfatória, recorrendo a insuficientes mecanismos de coesão ou mobilizando-os de forma inadequada. 2