A Caixa Geral de Depósitos (CGD) concluiu, nesta quinta-feira, o plano de recapitalização com a segunda das duas idas ao mercado de dívida que estavam previstas no plano. Foram emitidos 500 milhões de euros em títulos de dívida subordinada, com uma taxa de juro de 5,75%, segundo a Bloomberg. O custo da operação fica a cerca de metade do que se pagou para emitir os primeiros 500 milhões, no ano passado, graças ao facto de ter havido uma autorização europeia para que o banco público emitisse títulos com menor risco — algo que Paulo Macedo, presidente do banco público, anunciou na última apresentação de resultados.

Além da recapitalização pelos contribuintes (de 3,9 mil milhões), o banco público tinha de demonstrar um acesso ao mercado privado que mostrasse que a injeção pública era feita como se de um investimento privado — e não uma ajuda de Estado — se tratasse. Foram emitidos 500 milhões na primeira operação — em títulos que são dos primeiros a impôr perdas aos investidores, em caso de problemas — e, agora, era necessário emitir mais 430 milhões de euros.

O resultado final acabou por ser um pouco superior — 500 milhões –, dada a procura total que, segundo a Bloomberg, ascendeu a 800 milhões de euros. Foi feito um “roadshow” por Lisboa, Londres e Paris nas últimas semanas, por um sindicato de bancos contratado pelo banco público e que incluía o BNP Paribas, o Bank of America Merrill Lynch, o Crédit Agricole, o Credit Suisse e o UniCredit.

A diferença entre emitir a dívida perpétua (AT1), que vai custar 10,75% por ano, e dívida subordinada Tier 2, a 5,75%, significa uma poupança de quase 20 milhões de euros por ano, explicou Paulo Macedo. Tendo estes títulos maturidade a 10 anos (mas a partir dos primeiros cinco a taxa de juro flutua), haverá uma poupança mínima próxima de 100 milhões de euros, em relação ao que se pagaria se esta autorização europeia não tivesse sido dada.

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