Os 2.000 profissionais de saúde que o Governo pretende contratar para suprir as necessidades da passagem às 35 horas de trabalho a partir de 1 de julho ficam “bastante aquém” do necessário, segundo os administradores hospitalares.

O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, disse esta quinta-feira à Lusa que “o impacto a partir de 1 de julho equivale a 12,5% dos contratos individuais de trabalho”, sendo que contratar 2.000 profissionais “fica bastante aquém do impacto”. Alexandre Lourenço lembra que ainda nem sequer foi neutralizada a situação de passagem das 40 para as 35 horas de trabalho ocorrida em 2016.

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O ministro da Saúde disse na quarta-feira no parlamento que pelo menos dois mil profissionais de saúde serão contratados a partir do próximo mês na primeira vaga de recrutamento para cobrir as necessidades da passagem de trabalhadores às 35 horas semanais.

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Adalberto Campos Fernandes foi questionado várias vezes pelos deputados sobre a quantidade de profissionais que o Governo está a planear contratar para cobrir as necessidades que resultam da passagem de enfermeiros, assistentes e técnicos das 40 para as 35 horas de trabalho semanais, a partir de 1 de julho.

O ministro disse que os números definitivos estão a ser ultimados, mas que, numa primeira fase, em julho, haverá uma primeira colocação que “ultrapassará os dois mil profissionais”. Depois de julho irão sendo feitos ajustamentos e uma segunda fase de contratações está prevista para setembro ou outubro, segundo o ministro.

Sobre os receios de falta de planeamento atempado destas contratações, o ministro indicou que também há dois anos foram traçados cenários semelhantes, tendo o sistema conseguido ajustar-se. Adalberto Campos Fernandes vincou ainda que, para o Governo, as 35 horas de trabalho semanal “não são um capricho, nem um favor, nem uma benesse aos profissionais: “são um reconhecimento do esforço, uma valorização do preço por hora e uma forma de dar algum descanso e alívio”.