O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, mostrou-se esta quinta-feira confiante de que os Estados Unidos vão reconsiderar a sua saída do Conselho dos Direitos Humanos, rejeitando as acusações de que o órgão é hostil para com Israel.

Esperamos que não se trate de uma decisão definitiva e que os Estados Unidos reafirmem o seu compromisso com a Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente quando se trata de uma matéria de cooperação tão importante para eles como são os direitos humanos”, disse Lavrov em reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres, em Moscovo.

O diplomata também rejeitou as declarações dos Estados Unidos sobre o Conselho de Segurança da ONU, em que acusam o organismo de “hipocrisia” e preconceito contra Israel. “O Conselho de Segurança tem a obrigação de debater os relatórios do secretário-geral sobre a situação no Médio Oriente”, explicou o ministro russo, sublinhando que as discussões, que se baseiam em decisões tomadas pelo Conselho no passado, estão em linha com os acontecimentos da região.

A porta-voz do Governo russo, María Zajárova, afirmou não estar surpreendida com a decisão dos Estados Unidos de abandonar o Conselho dos Direitos Humanos. Segundo Zajárova, Washington prejudicou a sua reputação ao sair, mostrando também uma falta de apreciação pela ONU e pelos seus organismos.

Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira a saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU, invocando o precário registo de respeito pelos direitos humanos de países membros como a China, Venezuela, Cuba ou República Democrática do Congo e o suposto “preconceito crónico” contra Israel.

O Conselho, com sede em Genebra, é formado por 47 países em sistema de rotação e com base numa distribuição geográfica equitativa, representada por cinco grupos regionais. O grupo regional a que pertencia os Estado Unidos tem agora de propor uma substituição, segundo recentes fontes diplomáticas.

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