Foi com “surpresa” que o governo espanhol recebeu a notícia da libertação dos membros da La Manada, os cinco homens que, em abril, foram condenados a nove anos de prisão por abuso sexual de uma jovem nas festas de São Firmino. Para já, pondera fazer parte da defesa da vítima.

“Regra geral, um condenado é mantido na cadeia até pelo menos metade da sua pena”, sublinhou Isabel Celaá, porta-voz do Executivo espanhol e ministra da Educação. Neste caso concreto, a liberdade condicional chegou ao fim de dois meses. Os juízes do tribunal de Navarra optaram pela libertação dos cinco homens depois de paga uma fiança de 6 mil euros.

Falando aos jornalistas depois do Conselho de Ministros, Celaá anunciou que o governo pretende reformar o Código Penal, mexendo nos artigos referentes à violência sexual. O objetivo, disse, é proteger as mulheres. “Este governo faz eco da preocupação social das mulheres espanholas, precisa de protegê-las e vai protegê-las.” Por outro lado, anunciou também a intenção do governo de investir na formação de juízes e de fazer parte da defesa da vítima.

Membros de La Manada libertados por viverem a mais de 500 km da vítima

Embora ressalvando que o executivo de Pedro Sánchez respeita as decisões judiciais e a separação de poderes, Isabel Celaá defendeu que neste caso havia “fatos provados muito graves”. E lembrou que na câmara baixa do parlamento espanhol se encontra um projeto de lei que passa exatamente por reforçar a formação de juízes em questões de género.

“É um assunto que consideramos grave, partilhamos a preocupação dos cidadãos e há ações do governo para realizar. O governo está a trabalhar para garantir a segurança das nossas jovens”, concluiu Isabel Celaá.

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