As forças de segurança da Venezuela mataram centenas de pessoas arbitrariamente em protestos de abril a junho de 2017, sob o argumento de que estariam a combater o crime, frequentemente em partes mais pobres do país. A denúncia vem num relatório das Nações Unidas, que cita ainda episódios de tortura e uma sucessão de violações dos direitos humanos nos últimos três anos.

Não é a primeira vez que as Nações Unidas apontam o dedo ao regime de Nicolás Maduro. Agora, um ano depois do último relatório, o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos cita relatos de centenas de pessoas a serem assassinadas durante operações policiais, pessoas torturadas em interrogatórios depois de serem detidas sem razão aparente e uma falta de respeito generalizada pelos direitos humanos dos cidadãos venezuelanos.

As Nações Unidas dizem que ninguém parece estar a ser responsabilizado no país por estas mortes, nem pelos restantes crimes, sugerindo que o Estado de Direito é “virtualmente inexistente” na Venezuela.

A ONU “identificou um padrão de uso de força desproporcionado e excessivo pelas forças de segurança nestas operações [alegadamente com o objetivo de reduzir o crime], que resultaram num elevado número de mortes que podem constituir execuções extrajudiciais”, pode ler-se no relatório publicado esta sexta-feira.

Segundo as autoriadades, terão morrido mais de 500 pessoas nos confrontos, entre os quais 24 crianças.

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