“Depois do transplante tudo mudou para melhor”, foi assim que Salvador Sobral definiu a vida depois do transplante de coração a que foi submetido há alguns meses. Em entrevista ao programa espanhol “Herrera en Cope”, o músico, que venceu o Festival Eurovisão da Canção em 2017, falou sobre a doença e agradeceu toda a preocupação que o público demonstrou. Sobre o novo disco disse que “um artista nunca está satisfeito” e, pelo meio, ainda teve tempo de pedir a Pedro Sánchez “mais dinheiro para a cultura”.

Salvador Sobral encontra-se em Espanha para uma série de concertos de apresentação do seu novo disco, “Excuse Me”, uma tournée que arranca no próximo dia 27 em Málaga e que o vai levar a mais de dez cidades até novembro — incluindo uma passagem pelo Festival Pedralbes, em Barcelona, e pelo Festival Internacional de Jazz de San Sebastián.

Alguns médicos não davam nada por mim“, contou o artista sobre a fase que passou antes mesmo de ser submetido à operação, acrescentando: “Mas tive sorte por ser jovem porque o corpo se regenera”. O artista português mostrou-se muito agradecido por todo o carinho e preocupação que recebeu por parte do público e sublinhou:

Antes de ir para o hospital, quando eles quase pensaram que eu estava morto, eu ainda podia cantar, por isso ainda estava feliz. Ainda podia cantar e isso era bom. Agora posso correr e jogar futebol”.

Salvador Sobral lembrou ainda que “o melhor” foi quando subiu as escadas pela primeira vez: “Foram as escadas da casa dos meus pais. Fi-lo sem pensar e fiquei feliz por conseguir fazê-lo”, afirmou.

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Com uma grande ligação a Espanha — o jovem músico fez Erasmus no país vizinho, altura em que decidiu trocar a Psicologia pela Música –, contou o que o país significa para ele. “É como uma casa para mim, é onde aprendi música e onde aprendi a comer.” E relembrou um dos momentos em que deu um concerto num bar:

Em Sevilha, num bar de rock não fizeram caso nenhum de mim. As pessoas falavam muito alto. Fartei-me e disse ao microfone que um dia iam pagar 50 euros para me verem num grande teatro”.

E não estava errado, Sobral já deu mais de 14 concertos no país onde os espanhóis “falam muito alto”. Mas o que lhe interessa verdadeiramente “é a arte”, pois “ser famoso por ser não vale a pena”. E quanto ao novo álbum, o motivo que o leva a passar o verão fora de Portugal, o cantor disse ainda: “Um artista nunca está satisfeito e este disco já o gravei há muito tempo. Ao vivo, vou cantar coisas novas com as quais me identifico mais“.