O ministro do Interior Italiano, Mateo Salvini, conhecido pela sua postura crítica de acolhimento de refugiados, deslocou-se esta manhã para a capital da Líbia, Tripoli, para se encontrar com o presidente líbio, Fayez Al Sarraj. Este encontro, de acordo com o jornal El País, serve para discutir o combate ao fenómeno migratório, tentar que a Líbia seja o primeiro tampão contra vaga de migrantes que chega à costa de Itália e renegociar os acordos concretizados pelo seu antecessor, Marco Minniti.
Os rumores sobre esta viagem foram aumentando nos últimos dias, porém, o Ministro do Interior não os quis confirmar, fazendo o anuncio oficial através da sua conta de facebook.
Posted by Matteo Salvini on Sunday, June 24, 2018
Horas mais tarde, Salvini, partilhou no Facebook um video com o presidente líbio, Fayez Al Sarraj, em que propõe a criação de “centro de processamento” no sul da Líbia para evitar que o país se torne “um funil, como acontece em Itália”. Momentos mais tarde, o vice-presidente líbio, Ahmed Maitig, afirmava que a Líbia “não é um problema, mas sim uma oportunidade de desenvolvimento”.
Numa entrevista ao diário La Repubblica, Ahmed Maitig, já tinha afirmado que a cooperação entre a Líbia e Itália era “decisiva”, sublinhando que o fenómeno da migração também é “um problema importante” para o seu país.
Ci sono Paesi europei, tra cui la Francia, che propongono la creazione di hotspots dell'accoglienza in Italia: questo sarebbe un problema per noi e per la Libia stessa perché i flussi della morte non verrebbero interrotti. Noi invece abbiamo proposto dei centri di accoglienza posti ai confini a Sud della Libia per evitare che anche Tripoli diventi un imbuto, come l'Italia.
Posted by Matteo Salvini on Monday, June 25, 2018
Com o novo Governo de Itália, composto pelo Movimento Cinco Estrelas e a Liga Norte impulsionaram a estratégia para impedir a entrada nos seus portos das ONG que salvam vidas em alto mar e só aceitarão imigrantes resgatados pela Marinha italiana. Salvini considera que os traficantes na Líbia se aproveitam da presença das ONG e enriquecem mandando em barcos os imigrantes que tentam chegar à Europa.
Recorde-se que a política realizada por Marco Minniti, antigo ministro italiano do interior, há cerca de um ano apresentou bons resultados reduzindo em 80% o número de embarcações que chegaram à costa italiana. Nesse sentido, estas negociações devem significar um aumento de recursos económicos e logísticos para a líbia para que esta assuma o resgate de embarcações e que, acima de tudo, impeça a sua saída.
A Líbia é um dos países mais utilizados como ponto de partida para as embarcações de migrantes e refugiados que pretendem vir para a Europa desde a queda do ditador Muammar al-Gaddafi em 2011.
Itália afirma-se disponível para apoiar Líbia a travar fluxos migratórios