Ao contrário do que tinha acontecido nos outros dois jogos do grupo B, Portugal não entrou com o pé quente (mas saiu, na primeira parte). Faltou a genialidade de Ronaldo (que desperdiçou uma grande penalidade e quase foi expulso), mas estava lá a magia de Quaresma que, com a sua trivela, colocou a Seleção Nacional nos oitavos de final. Apesar do susto provocado pelo golo iraniano já nos descontos, a equipa das quinas carimbou presença na fase seguinte. Espanha era parte interessada, por isso mostramos-lhe como a imprensa de nuestros hermanos acompanhou as principais incidências da partida.

O “domínio” dos primeiros minutos

Nos primeiros minutos, o AS falou em “posse constante de Portugal” e numa circulação com “calma”: o jornal disse que a equipa das quinas aprendeu com o jogo do Irão contra a Espanha. O EL Mundo falou de “um guião esperado” e que a “bola é de Portugal”.

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O Sport alinhou pela mesma batuta e falou de “domínio luso”.

A “circulação lenta” e o recuo de Ronaldo

O AS particularizou os ataques de Portugal, que disse terem “posses eternas” e em Cristiano Ronaldo a baixar muito para ligar o jogo.

A Marca voltou a falar de “paciência” e também de “circulação lenta” de Portugal. No fundo, Portugal “mantinha a posse” e o Irão “esperava o seu momento de sair em contra-ataque”. Nota para Cristiano Ronaldo, “a baixar muito para receber a bola”.

A genialidade de Quaresma

Parecia que a Marca estava a adivinhar: dois minutos antes do golo, pedia “magia”. Ora, magia rima com a trivela de Ricardo Quaresma (aposta bem sucedida de Fernando Santos), que recebeu de Adrien (outra aposta bem sucedida).

Quanto ao golo, o AS foi categórico: “O que inventou Quaresma!”. O jornal espanhol foi o que mais se estendeu nos elogios: “Todos esperávamos a genialidade do segundo [Ronaldo], mas a magia deslizou da bota direita do segundo [Quaresma]. Mais do que magia, foi violência. Pura e maravilhosa violência”.

O El Mundo escreveu que “o veterano extremo tirou brilho ao exterior da sua bota direita”. O El País referiu que Portugal precisou do “golaço” de Quaresma para dar descanso a um jogo em que chegou mais vezes à área rival, mas sem conseguir concretizar esse domínio em oportunidades claras.

O penálti de Portugal

Aos 50′, Ronaldo caiu na área iraniana e, depois de consultar o VAR, a equipa de arbitragem paraguaia assinalou grande penalidade. Para a Marca, CR7 “forçou a queda”.

Os outros meios de comunicação espanhóis não tomaram partido no lance. O AS disse apenas que Ronaldo caiu na área e que, depois de consultar o VAR, a equipa de arbitragem assinalou o lance. EL Mundo, El País e Sport, limitaram-se a relatar o momento, sem opinarem.

O falhanço de Ronaldo

Na sequência do lance anterior, é assinalada grande penalidade. Cristiano Ronaldo aproxima-se da marca dos 11 metros e as esperanças portuguesas caem nos ombros do capitão. Mas, desta vez, CR7 permitiu a defesa contrária. A imprensa espanhola, numa primeira fase, foi benevolente com o craque do Real Madrid, limitando-se a constatar o falhanço. Assim fizeram o AS, o El Mundo, a Marca e o Sport.

Mas no final do jogo, a Marca centrou atenções no capitão português. “CR7, uma noite para esquecer”, diz o jornal, que recorda o penálti falhado e o lance que poderia ter dado a expulsão de Ronaldo.

O desespero de Portugal

O falhanço de Ronaldo trouxe um Portugal mais intranquilo, pelo menos de acordo com a imprensa espanhola. O AS escreve que Portugal se “desesperou”, já que a bola chegou mais perto da baliza de Rui Patrício.

A Marca disse que o penálti deixou Portugal “desconcentrado”, tendo “perdido o ritmo do jogo, as ideias e a iniciativa”. O jornal referiu que a bola estava muito longe da área de criação portuguesa e que o Irão estava a crescer.

O El País defendeu que Portugal tentou “controlar os ritmos do jogo”, mas que o jogo estava mais aberto do que no primeiro tempo.

Agressão de Ronaldo?

Minuto 81 e… para tudo! Mais uma vez, polémica no jogo e o árbitro pediu a ação do VAR. Desta vez, os iranianos alegaram agressão de Cristiano Ronaldo. Cartão amarelo foi o desfecho do lance. O AS considerou que o “árbitro podia ter interpretado o contrário”, ou seja, podia ter expulso CR7. Decisão “das complicadas”, assinalou o jornal.

O El País não se compromete muito, mas lá vai dizendo que Cristiano “mete o braço na luta pela bola”. O El Mundo limitou-se a relatar o lance, tal como a Marca.

Já o Sport, foi categórico ao dizer que Ronaldo “dá um golpe em Pouraliganji”.

O golo iraniano

O jogo estava já nos descontos quando se voltou a repetir o cenário: o árbitro a correr para ver um lance na televisão e a assinalar grande penalidade. Desta vez contra Portugal, por mão de Cédric. O El Mundo foi quem mais tomou partido. O jornal escreveu que “o ábitro vê o vídeo e vê a mão claríssima de Cédric”.

EM

Já o AS, a Marca e o El País limitaram-se a relatar o lance. O segundo teve ainda uma saída curiosa: “À falta de futebol. o VAR foi protagonista”.

Feitas as contas à exibição portuguesa, o El País considerou que Portugal “dormiu perante um bravo Irão” e o El Mundo falou da “vertigem de Portugal”.