A Associação das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco defendeu esta segunda-feira a revisão da quota da sardinha, a dividir entre Portugal e Espanha, das atuais 14,6 toneladas para um intervalo entre 20 e 25 mil toneladas já este ano.

“Os pescadores portugueses estão firmemente convictos de que as possibilidades de pesca de sardinha no corrente ano de 2018 podem ser aumentadas para entre as 20 e as 25.000 toneladas, para Portugal e Espanha”, refere em nota de imprensa a associação de produtores.

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Para a ANOP Cerco, o limite de capturas que vai propor assenta no “total respeito pelos dados científicos disponíveis, pela garantia da continuação da sustentabilidade do recurso e pela precaução que essa alteração continua a garantir”.

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Os parceiros da comissão de acompanhamento da pesca da sardinha, presidida pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), iniciam na terça-feira as reuniões com o intuito de definir as possibilidades de captura da sardinha para 2019.

Os pescadores acreditam poder vir a aumentar as possibilidades de pesca desta espécie ainda em 2018, tendo em conta os resultados “favoráveis e positivos” do cruzeiro científico realizado em dezembro de 2017 pelo IPMA, que apontaram para 120 mil toneladas de sardinha entre Caminha e o Cabo Espichel, um acréscimo de 110% face à biomassa que tinha sido avaliada em dezembro de 2016 (57 mil toneladas).

Proibição da pesca da sardinha inicia hoje um novo período até 20 de maio

É com base nas conclusões daquele grupo de trabalho que o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, sigla em inglês) deverá publicar, a 13 de julho, o seu parecer para a pesca da sardinha.

A ANOP Cerco defendeu também que o parecer do ICES, que apontou para “pesca zero” em 2018, deverá ser revisto. A Comissão Europeia fixou para 2018 o limite de capturas em 14.600 toneladas, a dividir entre Portugal e Espanha.

O plano atribui a Portugal 9.709 toneladas (66,7%) e a Espanha 4.891 toneladas (33,5%) e define que 50% do total de capturas sejam concretizadas até ao final de julho, deixando as restantes 7.300 toneladas para os meses seguintes, explica a Associação das Organizações de Produtores da Pesca (ANOP) do Cerco em nota de imprensa.

O ICES previu vários cenários de pesca para 2018, entre as 18 mil toneladas e as 24 mil toneladas para ambos os países, no relatório divulgado em outubro de 2017. Os limites anuais de capturas de sardinha desceram entre 2011 (53.616 toneladas) e 2015 (13.387), tendo subido ligeiramente em 2016 (13.698) e 2017 (14.694).

A pesca da sardinha foi retomada em 22 de maio, podendo os pescadores capturar 4.855 toneladas até julho, depois de ter estado interdita entre outubro de 2017 e maio de 2018.