O Conselho de Discicplina da Federação Portuguesa de Futebol instaurou, esta terça-feira, um processo disciplinar a Miguel Albuquerque, diretor do futsal do Sporting, na sequência das declarações à comunicação social após a derrota leonina do último domingo perante o Benfica (9-6), no jogo 3 da final do campeonato. O próprio dirigente confirmou ao Observador ter recebido a notificação do processo.

O referido jogo terminou com a expulsão de três jogadores do Sporting (Deo, Djô e Fortino), assim como do treinador Nuno Dias. No final do encontro, Miguel Albuquerque teceu duras críticas à equipa de arbitragem. “Ando há muitos anos no futsal e já não tenho paciência para mais. O que aconteceu aqui hoje foi uma autêntica vergonha. Não quero que ninguém favoreça o Sporting, só quero respeito por um clube centenário e que muito tem dado ao futsal português”, disse o dirigente, que denunciou ainda o que considera terem sido agressões da equipa encarnada que terão passado em branco em termos disciplinares (não apenas no terceiro jogo da final, mas também nos restantes dois) e divulgou uma conversa mantida pela equipa de arbitragem com um jogador do clube. “Já no final do jogo Divanei foi ter com árbitro Wilson Soares e disse-lhe: ‘Estas a ver a m… que fizeste?’. E ele respondeu-lhe: ‘Vai te f…. Boa sorte para o próximo jogo‘.

Recorde-se que esta segunda-feira ficou marcada pela agressão a Sérgio Magalhães, terceiro árbitro do jogo 3 da final do campeonato, levada a cabo por um grupo de encapuzados munidos com um pau e uma arma. O incidente foi confirmado ao Observador pelo presidente da APAF que referiu que os agressores não estavam identificados com acessórios do clube leonino, mas que, “a avaliar pelo discurso, deduz-se que seriam adeptos do Sporting”.

Árbitro do jogo 3 da final entre Benfica e Sporting em futsal agredido com pau ao chegar ao trabalho

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O Sporting reagiu aos acontecimentos, negando qualquer envolvimento no caso, repudiando as agressões e realçando que, na sua interpretação, “à luz destas declarações também o Presidente da APAF considera que a arbitragem do jogo 3 da final do playoff do Campeonato Nacional de Futsal foi um verdadeiro escândalo em benefício do Sport Lisboa e Benfica”.

Na noite desta segunda-feira, a APAF, na pessoa do seu presidente, Luciano Gonçalves, emitiu um comunicado onde repudia as declarações de Miguel Albuquerque, diretor do futsal do Sporting, no final da partida de domingo. A APAF “exige que sejam apresentadas provas da real existência dos comentários dos referidos árbitros” e considera a “brutal agressão” sofrida por Sérgio Magalhães “reflexo dos discursos incendiários a que infelizmente continuamos a assistir”.

Comunicado que originou uma mensagem de Miguel Albuquerque na sua página de Facebook. “É curiosa a quantidade de mensagens que eu e jogadores do Sporting CP recebemos durante o dia de hoje, através das redes sociais, com ameaças de morte, a nós e às nossas famílias, por parte de adeptos do Benfica, devidamente identificados”. O dirigente acrescentou que mantém as declarações proferidas no final da partida: “Termino dizendo que se o tempo voltasse atrás teria dito tudo o que disse ontem. Continuo a exigir respeito pelo Sporting Clube de Portugal e pelos seus 3,5 milhões de Adeptos. As agressões de hoje ao árbitro Sérgio Magalhães são reprováveis e há que separar o trigo do joio. Defenderei sempre a minha equipa, o Sporting CP, e os Adeptos quando achar necessário, mas irei condenar sempre quaisquer atos criminosos ou violentos”.

Ao contrário do que acontece com Nuno Dias, técnico do Sporting que foi expulso e foi punido com oito dias de suspensão, Miguel Albuquerque vai poder sentar-se no banco de suplentes no jogo 4 da final, marcado para a próxima quarta-feira, no Pavilhão da Luz.