A Estratégia Nacional para a Saúde da Visão, que entra esta terça-feira em discussão pública, define como prioritárias as crianças prematuras com alto risco de desenvolver retinopatia e sugere reformular as urgências de Lisboa e criar uma nova no Algarve.

Segundo o documento, divulgado no website da Direção-Geral da Saúde (DGS), é proposta a definição como prioritários dos doentes que têm distúrbios visuais neurológicos, que inclui os que têm paralisia cerebral (portadores de défice visual em mais de metade dos casos), e das crianças prematuras com alto risco de desenvolver retinopatia da prematuridade, com consequências drásticas e risco de cegueira irreversível. É proposta a reformulação, até final de 2019, da urgência metropolitana de Lisboa, replicando o modelo do Porto, e a criação de um polo de urgência oftalmológica no Algarve “que funcione de forma continua”.

A Comissão responsável pela Estratégia Nacional para a Saúde da Visão sugere a também criação de uma plataforma de cuidados primários para a saúde visual e defende um forte investimento e um alargamento estruturado da oferta a este nível. “O alargamento e a estruturação da base de oferta de cuidados de saúde visual ao nível dos cuidados de saúde primários terão de ser um alicerce de toda a rede oftalmológica nacional”, refere.

Os especialistas defendem que, apesar do crescimento do número de consultas, a rede nacional de cuidados de saúde da visão, assente nos serviços de oftalmologia da estrutura hospitalar do Serviço Nacional de Saúde, tem “importantes insuficiências e constrangimentos”.

“O número crescente de pendências em termos de consultas e o não cumprimento dos Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG) são dois exemplos da necessidade de intervenção estratégica ao nível dos cuidados de saúde visual em Portugal”, refere o documento.

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