O Presidente francês, Emmanuel Macron, destacou hoje a vontade de França de fortalecer as relações de “amizade, compreensão e confiança” com o Vaticano e desejou que possam trabalhar juntos “em prol da paz e ao serviço do bem comum”.

Macron foi recebido hoje pela primeira vez pelo papa Francisco, no Vaticano, numa reunião de quase uma hora, na qual debateram temas como a imigração, o projeto europeu e o compromisso multilateral para a prevenção e resolução de conflitos.

Esta posição do Presidente francês foi assumida após o encontro com Francisco, durante uma cerimónia em que foi nomeado para o cabido da basílica de São João de Latrão, uma tradição reservada aos chefes de Estado franceses, que disse aceitar por se tratar de “uma honra que remonta a uma tradição de harmonia e amizade entre França e o Vaticano”.

Durante a reunião, hoje de manhã, o líder da igreja católica e o chefe de Estado francês “abordaram questões globais de interesse comum como a proteção do ambiente, os imigrantes e os compromissos a nível multilateral para a prevenção e resolução de conflitos, especialmente em relação ao desarmamento”, informou a Santa Sé, em comunicado.

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Durante aquele que foi o primeiro encontro entre Macron e Francisco, os dois “trocaram opiniões sobre algumas situações de conflito, especialmente no Médio Oriente e em África”.

“Não faltou uma reflexão conjunta sobre as perspetivas do projeto europeu”, acrescenta a nota. Durante a audiência, o papa mostrou-se sempre muito cordial com o chefe de Estado francês, de quem se despediu pegando-lhe nas duas mãos e com três beijos, descreve a agência espanhola Efe.

A reunião, em que participou um tradutor, decorreu na biblioteca do papa no Palácio Apostólico e demorou 57 minutos, sendo descrita pela agência France-Presse como a audiência mais longa concedida pelo papa argentino a um chefe de Estado ou de Governo.

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Originalmente, estava previsto que o encontro demorasse 45 minutos. As agências internacionais relatam que o papa se mostrou sempre muito cordial, exibindo um grande sorriso. No final do encontro, depois de se despedir de Macron, também agarrou a mão da mulher do Presidente francês, Brigitte Macron.

O líder francês chegou ao Vaticano com uma caravana de uns 30 veículos, entre carros oficiais e das forças de segurança e mesmo uma ambulância. Da comitiva faziam parte cerca de 15 pessoas, incluindo o ministro do Interior, Gérard Collomb, e o titular da pasta da Europa e Assuntos Externos, Jean-Yves Le Drian, além de Brigitte Macron, que se vestia de preto, e com cabelo apanhado e sem véu.

No final do encontro, os dois realizaram a tradicional troca de presentes. Macron entregou a Francisco uma antiga edição do livro “Diário de um padre rural”, de Georges Bernanos, que narra a história de um jovem padre francês que aprende a humildade ao cuidar dos fiéis. “Eu já o li. Muitas vezes. Fez-me bem lê-lo”, comentou o papa.

Por seu lado, Francisco ofereceu uma medalha que representa São Martín de Tours, patrono de Buenos Aires e que entregou o seu manto aos pobres. “É uma medalha realizada por um artista romano do século passado e quer sublinhar a vocação dos governantes para ajudar os pobres. Todos somos pobres”, explicou. Macron também se reuniu com o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, e com o secretário para as Relações com os Estados, Paulo Richard Gallagher.