O ministro da Administração Interna afirmou hoje, no parlamento, que o Governo cumpriu as expectativas avançadas em maio relativamente ao dispositivo dos meios aéreos de combate aos incêndios, criticando a postura do PSD e do CDS-PP.

“Na primeira quinzena de junho estiveram operacionais 37 meios aéreos, comparados com 11 meios aéreos no modelo que vigorou entre 2013 e 2017, o que representa mais 26 meios aéreos”, avançou o ministro Eduardo Cabrita, indicando que, neste momento, já estão operacionais 45 meios aéreos contratados, quando em anos anteriores nesta data existiam 28 disponíveis.

O ministro Eduardo Cabrita falava no âmbito de uma audição regimental na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, que incluía dois pontos autónomos sobre a prevenção e o combate aos incêndios florestais, a requerimento do PSD e do CDS-PP.

“O modelo de meios aéreos que foi possível construir neste quadro, nestas limitações, prova que o Governo cumpriu o que disse”, afirmou o ministro, avançando que, a partir de julho, serão 55 o total de meios aéreos disponíveis para o combate aos incêndios florestais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

De acordo com Eduardo Cabrita, “pela primeira vez, o país dispõe de um modelo que está, na sua estrutura base, disponível durante todo o ano”. Para a deputada do PSD Emília Cerqueira, o Governo não cumpriu com a promessa de que “este ano seria o ano com mais meios aéreos”.

[FrameNews src=”https://s.frames.news/cards/area-ardida-em-portugal-por-ano/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”3″ slug=”area-ardida-em-portugal-por-ano” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/area-ardida-em-portugal-por-ano/thumbnail?version=1525862231274&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]

“A verdade é que as trapalhadas a que temos vindo a assistir não nos podem deixar de forma nenhuma tranquilos”, reforçou a deputada social-democrata, referindo-se à contratação por ajuste direto dos meios aéreos. Já a deputada do CDS-PP Vânia Dias da Silva criticou a “atitude relaxada e inconsequente” do ministro relativamente à contratação dos meios aéreos, considerando que os 28 helicópteros contratados por ajuste direto “saíram mais caros ao Governo”, uma vez que foram adjudicados por um período de um ano quando devia ter sido por dois anos.

“De 2015 a 2017 nada aconteceu e só em dezembro de 2017 é que o Governo se lembra de tratar dos meios aéreos”, apontou a centrista, explicando que os meios aéreos contratados por ajuste direto “custaram mais cerca de seis milhões de euros”.

Em resposta, o ministro Eduardo Cabrita considerou os fundamentos do PSD e do CDS-PP “erróneos”, estranhando que “estes grupos parlamentares venham colocar dúvidas pelo modelo de contratação de entidades privadas quando foi o anterior Governo [PSD/CDS-PP] que decidiu extinguir a empresa pública de meios aéreos”.

Sobre os recursos afetos a este quadro contratual de combate aos incêndios, o responsável pela tutela da Administração Interna frisou que o atual modelo conseguiu “aumentar significativamente os dias operacionais disponíveis” e disse que “a responsabilidade de pagamento dependerá da efetiva utilização dos meios”. Em relação ao Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, Eduardo Cabrita lembrou que houve um reforço desta estrutura “de 500 para 1.100 efetivos”.

“Se compararmos com os últimos dez anos, entre 2008 e 2017, tivemos até ao momento 7% a menos no número de incêndios e 71% a menos na área ardida”, avançou o ministro.