O governo encomendou uma avaliação que visa a venda ou arrendamento dos imóveis da sede do Infarmed em Lisboa após a deslocalização para o Porto à empresa The K Advisors (TKA), mas a venda não pode ser concretizada. A conclusão foi avançada pelo Jornal de Notícias na edição desta terça-feira. Segundo o jornal, os quatro edifícios do Parque da Saúde foram herdados pelo Estado e, por isso, não podem ser vendidos.

A avaliação é um dos anexos do relatório da comissão de trabalho divulgado esta segunda-feira que aponta as vantagens da deslocalização para o Porto.

Segundo o documento,  o valor dos imóveis no mercado atual está estimado em 16,81 milhões de euros, o que cobriria os custos da deslocalização para a Invicta estimados em 17 milhões de euros. Na impossibilidade da venda, a outra opção considerada é o aluguer a cinco anos, que pode chegar a um rendimento anual de 1,46 milhões de euros, num total de 7,3 milhões de euros nos cinco anos. O edifício dos laboratórios é o mais valioso, com uma renda anual que pode chegar aos 712 800 euros.

De acordo com o relatório, a deslocalização pode representar uma poupança de 8,4 milhões de euros em quinze anos e possibilitaria que ao Infarmed alargar as competências, passando a regular os medicamentos para uso veterinário no Norte e Centro e os suplementos alimentares em todo o país.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No entanto, a mudança tem enfrentado resistência por parte dos trabalhadores. Em resposta ao relatório divulgado esta segunda-feira, a comissão de trabalhadores alertou para os perigos desta mudança, reforçando a oposição já expressa em plenário e anunciada pelo governo na passada sexta-feira.

Também em resposta ao relatório, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, reafirmou a convicção de que o Infarmed deve sair da capital.

Rui Moreira sobe o tom: Infarmed deve estar no Porto a partir de 1 de janeiro de 2019