Depois das corridas de corta-relvas, entre outras formas de competição igualmente estranhas, a corrida de sanitas é algo que não nos deve chocar, desde que abunde uma certa dose de loucura, irreverência ou, idealmente, ambas.

A prática já tem anos e é mais popular nos EUA, onde um conjunto de adeptos – mais de uma centena – tentam construir um trono de porcelana mais rápido do que o do vizinho. As corridas misturam emoção, em pequenas doses, e humor, este em doses garrafais. Mas, aparentemente, todos querem ser o Lewis Hamilton dos F1 de loiça.

Para correr, cada piloto tem de produzir o seu próprio veículo de competição. A tradicional retrete é obrigatória, mas há alguma abertura em relação ao estilo da mesma, pois se pode exibir linhas mais clássicas (com autoclismo integrado) e ser provavelmente mais pesada, é ainda permitido pelo regulamento adoptar linhas mais minimalistas, ganhando eventualmente algum peso, além de uma hipotética vantagem aerodinâmica. E dizemos hipotética porque ninguém, pelo menos ‘no seu perfeito juízo’, teria a lata de se apresentar num túnel de vento com a sanita debaixo do braço, para determinar qual era o Cx ou se tinha mais downforce à frente do que atrás.

Modelos de sanitas GT há vários, sendo frequentes os pilotos que montam motores de moto sob a porcelana, com 150 cc, com a caixa de velocidades a ser comandada a partir do cabo do piaçaba ou do suporte do papel higiénico. O fato de piloto não é obrigatório, apesar de existirem concorrentes que fazem questão de utilizar material ignífugo – não vá o autoclismo não ser capaz de resolver a questão –, mas a maioria tem uma abordagem mais cool, não faltando os que se vestem a rigor, para quem está sentado na sanita, correndo com as calças caídas até aos tornozelos.

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Além das corridas, a sanitas de F1 dedicam-se também a estabelecer um ranking de velocidade máxima entre elas, calculado pela máxima velocidade média atingida num troço de 100 metros, em ambos os sentidos. Um bom valor ronda 85 km/h, mas há quem passe dos 112 km/h, precisamente o piloto que montou um reactor de um avião ao serviço da sua sanita voadora.

Veja as habilidades do trono de loiça de Colin Furze, um dos pilotos/inventor mais conhecido: