A coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, voltou esta quarta-feira a exigir o aumento dos salários e das pensões em 4%, com um mínimo de 60 euros, para que se inicie a recuperação das perdas salariais ocorridas nos últimos anos.

“Vamos entregar a Proposta Reivindicativa Comum para 2019, que foi aprovada em cimeira de sindicatos em 22 de junho. É uma proposta que, este ano, é entregue mais cedo”, disse a dirigente sindical numa conferência de imprensa em frente ao Ministério das Finanças, em Lisboa, realçando que o aumento dos salários e das pensões em 4% é uma das exigências que consta do documento. E prosseguiu: “Nós estamos ainda à espera da contraproposta do Governo à proposta reivindicativa de 2018”.

“É uma proposta que para nós é atual, e faz sentido que o Governo dê resposta e que resolva os problemas. E para não dizerem que não têm tempo, a negociação pode começar a 1 de setembro, pois nós aprovámos e discutimos em centenas e centenas de locais de trabalho e estamos aqui para entregar a proposta reivindicativa”, salientou a dirigente sindical.

Ana Avoila advertiu ainda para o facto de ser necessário aumentar os salários e as pensões, pois “estão congelados” desde 2009, enquanto as carreiras “estão bloqueadas” desde 2005. “Trata-se de um valor que fica aquém da perda de poder de compra que nós perdemos nestes últimos 10 anos que foi de 18,9%, sem contar o tempo das carreiras, e achamos que é uma percentagem a que o Governo pode responder positivamente”, frisou a sindicalista.

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Além dos salários e das pensões, a proposta reivindicativa da Frente Comum defende a revalorização e a atualização dos abonos e suplementos previstos em diploma e a atualização do salário mínimo da Administração Pública para os 650 euros.

Para a Frente Comum, é necessário que seja revista a tabela remuneratória única, estabelecendo o salário mínimo “como primeira posição” e subindo as demais posições remuneratórias”. Ana Avoila advertiu para o facto de a Frente Comum “não aceitar” que com a subida do salário, “que é sempre bem-vinda”, se comesse “a fazer um distanciamento das outras posições e um desequilíbrio na tabela remuneratória única que neste momento já existe”.

A dirigente sindical falou ainda do descongelamento das progressões nas posições remuneratórias, que devem abranger as carreiras e os trabalhadores e “ressalvar”, para a sua generalidade, “a contabilização do tempo de serviço já em 2019, sem faseamentos, e garantir o pagamento integral da valorização remuneratória a quem se aposente”.

Para Ana Avoila, as ajudas de custo também devem ser descongeladas e devem ter “um aumento significativo”. Ainda há a luta pelas 35 horas para “quem não as tem”, explicou a sindicalista, reportando-se à sua inscrição no documento entregue, e reafirmou ainda a necessidade da regulação do trabalho precário, realçando que “está a aumentar na função pública”.

No âmbito dos serviços públicos, Ana Avoila falou da falta de investimento nas áreas da Saúde, Educação e Segurança Social e lamentou que os serviços públicos, em geral, e com a falta de pessoal, se estejam a degradar. “Não há meio de este Governo, que já está no último Orçamento do Estado, resolver as questões estruturantes dentro da administração pública”, concluiu.