Numa carta dirigida ao Ministério do Interior francês, a Confédération Française de la Boucherie, Boucherie-Charcuterie, Traiteurs (CFBCT) acusa as associações vegan de incitarem à violência no Facebook e pede proteção para que os talhantes possam “trabalhar em paz”.

O comunicado condena as ações dos ativistas vegan.

Respeitando as escolhas alimentares de nossos compatriotas, estamos profundamente chocados que uma parte queira impor à grande maioria da população o seu modo de vida para não dizer sua ideologia. Tais processos têm um nome específico, autoritarismo, e são baseados na propaganda, ela própria baseada em desinformação (as famosas notícias falsas) e na intimidação.

A carta surge depois de vários estabelecimentos terem sido alegadamente alvo de vandalismo por ativistas vegan. Os militantes partiram janelas, atiraram sangue falso e deixaram graffitis nas paredes dos estabelecimentos. A Fédération Végane já condenou os incidentes. “Nós temos uma posição muito clara: somos completamente contra o uso de linguagem ‘feia’ e expressões de opinião violentas”, afirmou o lider da federação, Constantin Imbs.

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Em declarações ao New York Times, Pierre Sans, professor de veterinária na Universidade de Toulouse que também estuda os padrões de consumo alimentar, constatou que este tipo de incidentes não têm precedentes. “Já vimos isto contra matadouros e laboratórios, mas nunca contra negócios que vendem bens alimentares legais, é algo chocante”.

Apesar de os episódios de vandalismo serem um novo fenómeno, não é a primeira vez que os protestos vegan e de defesa dos direitos dos animais sobem de tom em França. Em 2016, um protesto que ostentou orgãos de animais nas ruas de Paris fez manchetes nos jornais. Um ano mais tarde, um novo protesto polémico exibiu “carne humana” nas ruas da capital francesa.

Em maio, um ativista foi condenado a pena suspensa por ter comentado favoravelmente a morte de um talhante num ataque terrorista, afirmando que era um ato de “justiça”.