As empresas que fornecem meios áereos de combate a incêndios e os pilotos que operam estes meios alertam para a má sinalização das linhas elétricas que poderão estar relacionadas com os acidentes de aviação ocorridos durante o combate a incêndios.

Desde o ano 2000 registaram-se 27 acidentes com quatro vítimas mortais e nove feridos. O diretor do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) disse à TSF que quase todos os acidentes com linhas elétricas acontecem durante o combate aos incêndios e que em nenhum dos casos registados as linhas estavam devidamente assinaladas.

A sinalização das linhas elétricas pode ser feita com a colocação de bolas vermelhas (ou outras) nas linhas. As regras são definidas pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e são opcionais. A ANAC disse à TSF que os projetistas das empresas elétricas respeitam essas normas e que a “própria Direção Geral de Energia e Geologia solicita-nos parecer sobre as novas linhas e suas balizagens”. A EDP Distribuição e a REN (Redes Energéticas Nacionais) afirmam cumprir os requisitos legais.

O último acidente mortal em que houve colisão com linhas elétricas aconteceu a 20 de agosto de 2017. Na nota informativa sobre o acidente — ainda não existe relatório final de investigação para este caso –, o GPIAAF relata que: “Após esta operação de descarga, o helicóptero seguiu para novo enchimento do balde. Ao retornar, efetuou a segunda descarga e quando se afastava em ascensão do local, de acordo com testemunhas, o helicóptero terá voado lateralmente em direção aos cabos aéreos [de uma  linha aérea de transporte de energia elétrica com vários cabos de alumínio], tocado com o rotor traseiro e em seguida com o rotor principal. Os cabos foram cortados com o impacto das asas rotativas e o helicóptero sofreu uma perda de controlo voando em direção ao terreno”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR