Ainda há muita gente excluída da revolução 4.0 e, por isso mesmo, o objetivo do governo é ter entre os portugueses 80% de literacia digital até 2030 e essa meta tem de começar na escola. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, esta sexta-feira, no Porto. Tiago Brandão Rodrigues disse ainda que só 53% dos portugueses têm conhecimentos básicos de literacia digital.

“Esta é uma revolução que tem de ser feita a partir da escola, mas também de toda a sociedade”, afirmou o ministro da Educaçã defendeu, em declarações à margem do evento Skills Summit’18, que está a decorrer no Porto.

“Temos 53% dos portugueses com conhecimentos básicos de literacia digital, o nosso objectivo para 2030 é 80%. Temos ainda muita gente que está completamente excluída desta quarta revolução, a digital”, assinalou Tiago Brandão Rodrigues.

A literacia digital passa por ter “acesso à democratização, à informação, a entender o que é verdade e mentira” e a saber como ter melhor acesso à administração pública. Assim, esta competência acaba por ajudar cada um a saber defender-se melhor “como cidadão”.  E essa meta, disse, tem de começar na escola.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ministro quer mais especialistas em tecnologia

“Apenas 3% dos portugueses são especialistas em tecnologias de informação e de comunicação, em 2030 queremos que sejam 8%, para podermos chamar mais empresas e para que as nossas se possam modernizar, tal como a administração pública e escolas”, disse Tiago Brandão Rodrigues.

Também presente no evento, o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Ángel Gurria, considerou que “as competências são a nova moeda”, elencando este como o “grande desafio” da organização que representa.

“Apresentamos aqui estatísticas que sugerem que não temos uma situação de igualdade no acesso a mais competências. Até 40% da força de trabalho não está qualificada num contexto altamente digital”, revelou Ángel Gurria sobre números que pesam “na questão da igualdade”.

E prosseguiu: “Os mais qualificados têm hoje mais preparação e acesso, e a cada dia que passa estão melhores, enquanto aqueles menos qualificados têm menos acesso, o que acentua uma diferença.”

Defendendo que as “competências digitais têm de ser proporcionadas a mais gente”, argumentou que também os mais idosos “devem poder ter acesso a estas competências”, e mesmo nem todos mostrem capacidades para isso, “devem ter a possibilidade de o fazer para, assim, evitar que sejam despedidos”.

Subordinada ao tema “Competências para um mundo digital”, a Skills Summit’18 Porto visa promover o debate sobre como os países estão a trabalhar para garantir aos cidadãos as competências necessárias para participarem plena e efectivamente no mundo digital.