Manifestantes e polícias entraram em confronto nas últimas horas na cidade de Jorramshahr, localizada no sudoeste do Irão junto à fronteira com o Iraque, durante protestos populares motivados principalmente pela escassez e má qualidade da água.

Os protestos começaram pela noite numa das principais praças da cidade, onde se concentraram pelo menos 500 pessoas, a maioria jovens, segundo a agência oficial de notícias Irna.

A polícia tentou dispersar os jovens, que gritavam palavras de ordem contra o Governo e exigiam uma solução para o problema da qualidade da água potável nas cidades de Jorramshahr e Abadan, na província de Juzestán.

Durante os confrontos, o governador de Jorramshahr e o imã da oração de sexta-feira apareceram entre a população para pedir calma.

A Irna não explicou se houve vítimas dos confrontos, enquanto canais opositores nas redes sociais informaram da morte de duas pessoas, dados que não puderam ser confirmados de modo independente.

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Nesses canais, numerosos vídeos dos confrontos foram publicados, nos quais foram ouvidos tiros, se mostravam contestores incendiados pelos manifestantes e lançamento de gás lacrimogéneo pelos agentes de segurança.

A população da província de Khuzestan, a mais rica do Irão pelas suas reservas de petróleo e gás, vive em condições precárias e enfrenta problemas como tempestades de areia vindas do Iraque e escassez de água e eletricidade.

Os habitantes dessas zonas acusam as autoridades iranianas de darem água para o Iraque, em particular para a cidade de Basra, mas as autoridades locais negam.

Nos últimos meses, houve fortes protestos e greves de diferentes setores contra as autoridades em muitas cidades do Irão, motivadas pela atual crise económica.

Esta semana, o Grande Bazar de Teerão e outros importantes centros comerciais da capital fecharam as portas devido à forte desvalorização da moeda local.

No final de dezembro passado, manifestações contra a fome, que levaram a críticas contra o sistema da República Islâmica, espalharam-se por todo o país e resultaram em 25 mortes e mil detidos.