O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, disse em entrevista que a direção de Rui Rio tem dado sinais “muito contraditórios” e que por isso não percebe muito bem que mudança trouxe ao PSD.

“Sou um dos muitos portugueses que ainda não perceberam muito bem que tipo de mudança é que a direção do Dr. Rui Rio trouxe ao PSD, porque os sinais são muito contraditórios”, referiu em entrevista ao Diário de Notícias.

O ponto de partida para esta afirmação de Vieira da Silva foram as leis laborais, que vão ser debatidas em parlamento a 6 de julho, e sobre as quais o PSD já deu sinais de vir a aprovar. O Bloco de Esquerda e o PCP já expressaram a sua oposição. Ainda assim, o ministro do Trabalho refere que há “uma dupla forma de expressar” neste PSD.

“Oscilam entre momentos em que se diz que seriam mais radicais na redução do défice e que já estaríamos com o défice zero (estou a citar de memória palavras de Rui Rio) e outros em que dizem que seriam muito mais generosos na concretização de políticas de expansão de rendimentos”, concretizou o ministro.

Apesar de não contar com os votos da “geringonça” para aprovar as leis laborais propostas pelo Governo, Vieira da Silva explicou ainda que não estas não fogem ao espírito do acordo parlamentar à esquerda como são resultantes desse entendimento. “Estas propostas são propostas que se inscrevem plenamente na dinâmica legislativa e governativa que só foi possível por este acordo parlamentar”, diz, referindo que as leis laborais que vão ser discutidas em Assembleia da República na sexta-feira apostam na “promoção do emprego quer na quantidade quer na qualidade”.

“Nós queremos sempre continuar esta dinâmica, e estou absolutamente convicto que essa é também a opinião de todos os partidos”, disse Vieira da Silva sobre os acordos à esquerda. “Depois, na aplicação das normas, nas visões sobre algumas dimensões da legislação laboral há diferenças, mas considero que estas iniciativas legislativas — que são várias apesar de traduzidas numa proposta de lei — têm uma inspiração profunda nos acordos que fizemos com o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista e o Partido Ecologista Os Verdes.”

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